Alckmin gasta cerca de R$ 7 milhões em "fabricação" de chuva

Má gestão tucana na Sabesp gerou crise em abastecimento
Má gestão tucana na Sabesp gerou crise em abastecimento

As represas de São Paulo estão passando pela maior seca da história. A falta de chuva, somada ao descaso com a água e o tratamento de esgoto em 20 anos de administrações tucanas podem deixar milhares de paulistanos sem abastecimento nos próximos meses.


A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou a contratação para a prestação de serviços da empresa ModClima, no valor de R$ 3,68 milhões de reais, para a realização de um “bombeamento de nuvens” no Alto Tietê. Na teoria a tecnologia consiste na aceleração da precipitação de chuvas com o despejo de gotículas de água, feita por um avião na base das nuvens, processo conhecido como “bombardeio”.

Velha história

Em fevereiro deste ano, momento em que o reservatório do Sistema Cantareira já dava sinais claros de esgotamento, a Sabesp contratou novamente os serviços da empresa ModClimapor, por cerca de R$ 4,47 milhões para a primeira tentativa da chuva artificial, que não deu certo.

Uma outra tentativa frustrada foi buscar o chamado "Volume morto" que é a captação das água das represas que ficam abaixo da cota mínima. Quase dois meses após o início do bombeamento do “volume morto”, o nível de água atinge hoje 18,2% do Sistema Cantareira, segundo a empresa estatal. Em 16 de maio, quando as bombas começaram a sugar a reserva técnica, o nível estava em 8,2 pontos percentuais e foi para 26,7%.

O Sistema Cantareira abastece 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, sua importância para o abastecimento da cidade é impar. O sistema Alto Tietê é formado por cinco represas e está com 22,4% da capacidade: 116 bilhões de litros.

Segundo a Sabesp, das cinco represas do Alto Tietê, as duas que têm reserva técnica já recuaram muito. Na Biritiba as pessoas conseguem andar pelo local que antes era alagado. "Estou aqui há 5 anos e desse estado que está é a primeira vez", diz o comerciante da região, Nick Morimoto.

Inquérito

O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) – núcleo do Ministério Público voltado à proteção ambiental - instaurou inquérito civil para verificar se é regular a gestão do Sistema Alto Tietê. A portaria de instauração do inquérito é assinada pelo promotor Ricardo Manuel Castro.

Castro pediu informações sobre o funcionamento do Sistema para a Sabesp, Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O MP acredita ser necessária a investigação pela “falta de planos de contingência nos municípios da região metropolitana para o enfrentamento da crise de abastecimento de água” e “existência de indícios de ingerência não técnica nas tomadas de decisões para a gestão da crise de abastecimento de água”.

Laís Gouveia, da redação do Vermelho
Com G1 

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