Supremo exclui Aloysio Nunes do inquérito sobre cartel de trens tucano


Jornal GGN - O ministro Marco Aurélio de Mello decidiu, no último dia 2, excluir o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) da investigação sobre pagamento de propina e fraude nas licitações da CPTM e do Metrô em São Paulo, esquema que ganhou o codinome pejorativo de cartel dos trens tucanos.
Cotado para ser vice na chapa de Aécio Neves na disputa presidencial deste ano, Aloysio foi protagonista de uma discussão recente, gravada e divulgada na internet por um blogueiro e ex-assessor petista.

O senador foi questionado sobre sua suposta participação na formação do cartel. Exaltado com a pergunta espinhosa, o tucano desferiu palavrões e ameaças contra o blogueiro, que acabou sendo preso pela polícia do Senado. Nos bastidores da política, ventila-se que o episódio reduziu as chances de Aloysio fazer a dobradinha com Aécio na eleição.
Analisando o depoimento de um ex-diretor da Siemens que delatou à Justiça o esquema corrupto formado durante gestões do PSDB em São Paulo, o ministro do STF concluiu que não há indícios suficientes para manter Aloysio Nunes na apuração. Pelo mesmo critério, o magistrado retirou do inquérito o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS).
Segundo reportagem do Estadão, Aloysio foi citado nos relatórios da investigação feita ainda na esfera paulista por ter relações com a Procint Projetos e Consultoria Internacional. A empresa, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, é suspeita de intermediar propina a agentes públicos.
Por conta das declarações do ex-diretor da Siemens, Marco Aurélio de Mello manteve investigação aberta para os deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcil (DEM). Em abril, a Procuradoria-Geral da República enviou ao Supremo um parecer no qual se manifesta favorável apenas às investigações contra os deputados.
Aníbal foi secretário de Energia do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e presidiu a Comissão de Transporte da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Garcia também atuou na mesma comissão e foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Alckmin.
Ambos os ex-titulares são acusados de serem beneficiários de propina. O secretário-chefe da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido, também é citado nas delações de Everton Rheinheimer, que fez acordo de leniência para ajudar no caso. O secretário de Transportes Jurandir Fernandes também consta na lista de envolvidos.
Em entrevista à Folha, o advogado de Rodrigo Garcia, Alexandre Morais, disse que esse caso será arquivado porque todas as acusações são fruto de delações que não serão comprovadas pelas testemunhas. "Elas já fizeram isso em depoimentos no Ministério Público", apontou.

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