Se Sirkis critica “suruba eleitoral” é porque ficou fora dela
Autor: Fernando Brito
A reação brutal do deputado Alfredo Sirkis, eleito pelo PV e migrado para o PSB, acompanhando Marina Silva, além da grosseria de classificar como “suruba” a possível aliança entre o PSB – com Romário candidato ao Senado e Lindbergh Farias ao governo – revela algumas coisas.
A primeira é que sobrou – e olhe lá – apenas Cesar Maia a Aécio Neves.
Romário passa à condição de candidato favorito ao Senado e isso empurra para cordas Sérgio Cabral.
O ex-governador vai, como já iria, fazer a campanha de Aécio Neves em áreas do interior, onde isso lhe convier, mas não pode se expor a posição de traidor assumido da longa aliança com Lula e Dilma, porque não tem folga alguma para perder votos por isso.
Pezão, por sua vez, vai “chutar o balde” de seu bom relacionamento com Dilma para prometer obras com Aécio?
Crivella fará uma campanha em seu próprio estilo: discreta.
E Garotinho, se o PT fluminense não inviabilizar uma convivência entre ele e Dilma, também não vai agitar bandeirinhas por Aécio, porque o perfil do seu eleitorado é exatamente o inverso do que tem o tucano.
Sirkis, um ex-militante de esquerda, um “carbonário”, não teve pruridos em dividir as conveniências de poder com o PFL de Cesar Maia.
Aliás, nem de narrar, de próprio punho, num livro, outras – para usar sua expressão – “surubas” eleitorais, como a que o reuniu, como emissário de Marina Silva junto a José Serra e Fernando Henrique Cardoso para que a então verde senadora compusesse a chapa tucana.
Acho que o problema de Sirkis com “surubas” eleitorais é só quando ele fica de fora.
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