Paulo Roberto da Costa teria negociado ilha para as Organizações Globo

Costa: “Aceitei carro de Youssef porque estava precisando trocar"

 
Agência Brasil
BRASÍLIA  -  O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse nesta terça-feira em depoimento à CPI da Petrobras no Senado que adquiriu um veículo Range Rover do doleiro Alberto Youssef como pagamento por consultoria. O carro, com blindagem, custou R$ 300 mil. “Já que eu estava precisando trocar de carro, aceitei o carro”, comentou.
Costa disse que conheceu o doleiro por meio do ex-deputado José Janene (PP-PR), que morreu em 2010. Janene era um dos réus do mensalão. Segundo Costa, o ex-deputado tinha relações de negócios com Alberto Youssef.

Ele negou ter qualquer tipo de relação com a empresa MO Consultoria, de Alberto Youssef. “Nem conheço essa empresa”, declarou.
Sobre a sua relação com a empresa Eco Global, Costa disse que foi procurado pelo empresário Pedro Storti para analisar a aquisição de 75% da empresa pela Sunset Global, que pertence a ele. “Fui procurado pelo empresário Pedro Storti, perguntou se [o doleiro] Alberto Yossef poderia participar”, comentou.
Costa disse que o negócio não foi fechado, mas que o carro foi um pagamento pelos serviços prestados para avaliar a aquisição da EcoGlobal. “Jamais fiz algum contrato com a Petrobras envolvendo a empresa EcoGlobal”, disse.
Consultoria
O ex-diretor contou que a consultoria que ele criou em agosto de 2012, depois de ter saído da Petrobras, tinha como missão fazer o “casamento” de investidores com donos de projetos.
Segundo ele, a consultoria Costa Global chegou a fechar 81 contratos e chegou a ter cinco funcionários, entre eles a sua filha, Arianna Azevedo Costa Bachmann.
Entre esses contratos, disse, estaria a participação de um processo de venda de uma ilha das Organizações Globo, no Rio de Janeiro. Ele não deu mais detalhes sobre o contrato.
Costa confirmou que também abriu a empresa Sunset Global. Disse que foi criada para negociar contratos com empresas no exterior. A Sunset Global, declarou, atenderia dois contratos com as empresas FIP Palancole, da Itália, e a Samsung, da Coréia do Sul. As duas empresas exigiam pagamento de serviços no exterior.
No caso da FIP Palancole, tratava-se de operações envolvendo fabricação de pranchas metálicas. Com a Samsung envolvia a construção de plataforma em águas profundas para operar na África.
De acordo com Costa, os negócios com FIP Palancole e Samsung não chegaram a ser efetivados e hoje a Sunset Global não tem nenhum recurso aplicado.

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