Mulheres negras debatem seu papel no cenário político brasileiro
Mulhreres negras do PCdoB que ocupam cargos legislativos: Leci Brandão, deputada estadual (SP); Luciana Santos, deputada federal (SP) e Olívia Santana, deputada estadual (BA). |
O Encontro das Mulheres Negras da Unegro também será um espaço de intercâmbio de ideias, análises, reflexões, e troca de experiências sobre a atual condição socioeconômica das mulheres negras no Brasil. A atividade também tem o intuito de fortalecer o vínculo entre as mulheres negras da entidade.
Para o presidente da Unegro, Edson França, o encontro vai nortear a atuação das mulheres negras na política e prepará-las para a grande marcha de 2015. Ele questiona o atual sistema político brasileiro que não contempla as mulheres, menos ainda, as negras.
Edson usou exemplos do estado de São Paulo para provar o preconceito político que ainda existe. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo já teve 47 legislaturas, em todo este período apenas duas mulheres negras foram eleitas, uma delas a deputada comunista Leci Brandão. “Tivemos o privilégio de contribuir com a mudança deste processo preconceituoso e machista”, afirmou.
“O que acontece em São Paulo que não elege mulheres negras? Dizem que este estado é a locomotiva do Brasil, tem mais de 34% da sua população negra e não elege mulheres negras!”, questiona.
Ele ressalta ainda que o PCdoB luta diariamente para combater este sistema político que dificulta a inclusão das mulheres – negras ou não – e dos jovens. Segundo ele, o Brasil tem hoje uma população composta em sua maioria por mulheres jovens, e em grande parte negras. Ao mesmo tempo os poderes Executivo e Legislativo são ocupados, na maior parte, por homens, brancos e com idade avançada. Essa disparidade será debatida no encontro.
Por Mariana Serafini, da Redação do Vermelho
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