Marinha italiana encontra 30 corpos em barco dirigido à Sicília

Migrantes terão morrido por asfixia num barco de pesca com 600 pessoas a bordo.
A Marinha italiana aumentou as operações de patrulha e resgate de barcos em dificuldades DR

Foi mais uma operação de resgate de um barco de imigrantes em dificuldades, vindo do norte de África com destino à Europa. Mas a Marinha italiana encontrou, depois de ter resgatado várias pessoas a bordo, 30 corpos.
Os migrantes terão morrido por asfixia, segundo a agência de notícias italiana Ansa.

O barco de pesca levava cerca de 600 pessoas a bordo, duas das quais mulheres grávidas. Só durante este fim-de-semana, a Marinha e a guarda costeira italianas salvaram mais de 1600 migrantes em sete barcos em dificuldades. Muitos tinham crianças.
Nas semanas anteriores, houve mais uma série de mortes: dez pessoas afogaram-se (outras 39 foram resgatadas) de um barco vindo da Líbia, três morreram quando o barco insuflável se afundou, e outros quatro migrantes da República Centro-Africana morreram depois de cair de uma escada de corda entre barcos. 
Este ano chegaram já à costa italiana mais de 60 mil pessoas vindas do Norte de África, e prevê-se que o número supere o recorde de 2011, quando, durante as revoluções da chamada primavera árabe, 63 mil migrantes chegaram à Europa por mar.
A Itália está a receber a maioria destas pessoas, que fogem dos seus países para viajar ilegalmente para a Europa em barcos sem condições e com demasiadas pessoas. Responsáveis italianos têm apelado à ajuda da União Europeia para o problema.
O acidente em Outubro passado em que morreram 360 pessoas ao largo deLampedusa levou ao fortalecimento de um mecanismo europeu de controlo e resgates no mar, mas tanto as autoridades italianas como as organizações de direitos humanos acham que este é insuficiente. Face a todos estes acidentes, as Nações Unidas chegaram a considerar mudar o modo como é feito o processamento de pedidos de asilo e estabelecer centros para refugiados no Norte de África e Médio Oriente
A organização não-governamental Save the Children disse na semana passada que mais de 9000 destes migrantes eram crianças, algumas com menos de cinco anos. Um terço dos menores fizeram a viagem sozinhos, dizia ainda a organização britânica. 

Comentários