Dilma anuncia mais 100 mil bolsas para o exterior e programa de incentivo à inovação

O objetivo é alavancar a pesquisa e a inovação no Brasil, gerando resultados que influam na qualidade de vida das pessoas e no país

Agência Brasil

Brasília - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta (25) duas ações de incentivo ao desenvolvimento da ciência e tecnologia no país: mais 100 mil bolsas para estudantes brasileiros que queiram se qualificar no exterior e o inédito Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento que, pelos próximos dez anos, vai estimular a pesquisa em 20 áreas do conhecimento, como agricultura, saúde, energia e defesa.

As bolsas serão distribuídas pela segunda etapa do Programa Ciências sem Fronteiras que, por meio de chamadas que serão lançadas em setembro, selecionará novos estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores, em 18 áreas prioritárias, entre as quais se destacam as engenharias e tecnológicas (36,4 mil bolsas), biologia, ciências biomédicas e da saúde (14,5 mil) e indústria criativa (6,6 mil).

“Esse é um programa feito para garantir ao Brasil condições de gerar aqui inovação, de gerar aqui o interesse pelas ciências e pela aplicação da tecnologia em todas as áreas. Na indústria, na agricultura e, sobretudo, para viabilizar também a pesquisa em ciências básicas. Com isso estamos abrindo as nossas fronteiras. Estamos abrindo horizontes dos nossos jovens. Por isso, nós definimos a nova fase do Ciência sem Fronteiras”, afirmou a presidenta.

Lançado em 2011, o Ciências sem Fronteiras tinha a meta inicial de oferecer 100 mil bolsas, financiadas pelo governo e pela iniciativa privada. O governo fez a sua parte e aprovou 7,1 mil bolsas. As empresas e indústrias não corresponderam conforme o esperado e liberaram apenas 7,1 mil. Com isso, o programa fechou com 83,2 mil bolsas distribuídas em 1,1 mil municípios. Agora, o governo vai assumir a tarefa de cumprir a meta.

Das bolsas já liberadas, 44,2% foram para mulheres, 31,4% para negros e 85,9% para jovens. Dos 43 países de destino dos estudantes, os Estados Unidos lideram o ranking de número de bolsas (26,3 mil), seguidos pelo Reino Unido (9,5 mil), Canadá (7 mil), França (6,4 mil) e Alemanha (5,9 mil). Mas a presidenta destacou que o país precisa de estudantes absorvendo o conhecimento de vários outros países que muito têm a nos ensinar, como Coréia, Japão e China.

Já o Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento, inédito, tem o objetivo de proporcionar um salto no desenvolvimento nacional, colocando o Brasil em patamar de igualdade com os países mais desenvolvidos em termos de inovação.
Pressupõe a criação de 20 plataformas de conhecimento, arranjos público-privados que articulam competências com base em uma infraestrutura de ciência, tecnologia e inovação de última geração, entre instituições de pesquisa e empresas.

Segundo o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina, elas serão estruturadas pela lógica da resolução de grandes problemas brasileiros, orientadas pela demanda prioritária estratégica do Brasil, e deverão gerar conhecimento e, consequentemente, causar impacto na vida das pessoas e no país. “As plataformas vêm como um complemento e um avanço da política que estava sendo realizada. É uma articulação da ciência, tecnologia e inovação com o sistema empresarial para um projeto de desenvolvimento brasileiro robusto e consolidado” explicou.

De acordo com o presidente da Finep, Glauco Arbix, o programa segue a mesma lógica de outras iniciativas recentes, lançadas de 2010 para cá. “O Brasil se coloca no mesmo nível dos americanos, que estão construindo 45 plataformas com este mesmo espírito, se coloca no mesmo nível da União Europeia, que está desenvolvendo 60 daquilo que eles chama de núcleos de excelência em níveis diferenciados”, explicou.


Créditos da foto: Agência Brasil

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