Como o “terrorismo jurista” pode virar um tiro no pé da direita

 Autor: Fernando Brito
inflacao
É evidente para qualquer um que o Brasil está a anos-luz de uma crise econômica.
Mas seria auto-ilusão achar que a intensa campanha política desenvolvida pela dupla mídia+mercado não produziu, ao lado de uma persistente política de elevação de juros,  pisou fortemente o freio da economia brasileira.
Esse resfriamento, ironicamente, pode se tornar um tiro no pé dos objetivos eleitorais mídio-mercadistas.

Hoje, as instituições mais bem sucedidas na previsão de índices de inflação prevêem um índice de 0,43% para maio e 0, 0,35% para junho.
Maio ainda teve pressão altista nos alimentos, mas o mês fecha, certamente, abaixo das previsões que indicavam um IPCA acima de 0,5%.
E não será surpresa se junho apresentar uma taxa significativamente menor que a prevista pelo mercado.
Fatores que poderiam pesar muito no mês, em função da Copa, como passagens aéreas, não vão ter alta, porque as empresas forçaram muito o preço antes da hora e hoje têm encalhes, que estão sendo “desovados” com promoções.
A Fundação Getúlio Vargas, hoje, já previu um Índice de Preços ao Consumidor para junho de apenas 0,1% e não descarta, até mesmo, deflação no preço dos gêneros alimentícios, com base no comportamento dos preços no atacado, que têm apresentado queda forte.
Um fenômeno semelhante ao ano passado, quando o IPCA de junho ficou em 0,26% e 0,03% em julho, marcando um período de recuperação eleitoral de Dilma Rousseff com o alívio da percepção eleitoral.
Nossos aprendizes de feiticeiro econômicos podem ter dado uma mancada com a sede que foram o pote do discurso da inflação.
É bom lembrar que não faz três meses se falava na “tempestade perfeita”, que faria a estabilidade econômica naufragar.

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