Aécio aposta na direita do PMDB

Autor: Miguel do Rosário
89480_ext_arquivo
A eleição está ficando meio doida no Rio de Janeiro. Hoje saiu a seguinte nota na coluna do Ilimar Franco, do Globo.
Aécio manda PSDB ir de Pezão – Os tucanos do Rio vão se coligar com o PMDB nas eleições estaduais e apoiar a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão. Esta, segundo um dirigente regional, foi a orientação superior que receberam. O candidato ao Planalto, Aécio Neves, quer colar sua campanha com a de Pezão. O presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, já está com sua candidatura. Os estrategistas tucanos avaliam que essa é a melhor alternativa para alavancar Aécio no estado. Os candidatos à Câmara e à Assembleia do partido estão vibrando com a adoção dessa linha. Eles eram contrários ao apoio ao vereador Cesar Maia, do DEM, porque ele não tem máquina e estaria muito isolado.

Ora, o PSDB vai apoiar um candidato que fará sua campanha mostrando na TV, a toda hora, vídeos dele com Dilma e Lula?
Na verdade, com esse movimento, Aécio está fazendo um bem enorme à esquerda fluminense. Ao se unir à banda mais conservadora do PMDB no estado, ele força Dilma e o PT nacional a avançar alguns passos na direção de Lindbergh, e dar outro passo para longe de Pezão.
Entretanto, essa decisão amalucada de Aécio tem coerência ideológica. Aécio, como representante da direita, atrai a direita do PMDB.
A lição mais importante, para Dilma e Lindbergh, é que o seu adversário mais perigoso, para ambos, no Rio de Janeiro, chama-se Jorge Picciani, que nunca perdoou Lindinho por este ter lhe tomado a vaga de senador em 2010.
Picciani é o presidente do PMDB, e comanda a gigantesca máquina do partido no estado. Com o enfraquecimento de Cabral, Picciani parece ter ganho mais poder e desenvoltura internamente.
Ao amarrar seu destino político à Aécio Neves, contudo, Picciani faz uma aposta arriscada, que pode dar certo, mas que também pode dar errado e constituir um golpe salutar nos setores mais fisiológicos do PMDB fluminense.

Comentários