Ucrânia: golpistas de Kiev-EUA reconhecem derrota
[*]
Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
John Brennan |
Estimulado
pelo diretor da CIA Brennan e pelo vice-presidente Biden dos EUA, o
governo ucraniano em Kiev tentou
duas vezes usar força militar contra os federalistas,
no leste. Na segunda vez, quando tentou bloquear a cidade de Slovyansk, a
Federação Russa anunciou manobras das tropas de fronteira e ameaçou intervir.
Kiev retrocedeu e os federalistas ocuparam prédios do governo ucraniano em mais
cidades no leste. Cerca de 23 cidades e vilas na região do Donbass, que gera
1/3 do PIB da Ucrânia, estão já controladas pelos federalistas. Espera-se que,
amanhã, esse número aumente.
Oleksandr Turchynov |
Pelo menos
por hora, o governo golpista em Kiev entregou
os pontos:
O presidente da Ucrânia advertiu, na 4ª-feira
(30/4/2014), que sua polícia e forças de segurança são “impotentes” para conter
os tumultos no leste do país, onde militantes pró-Rússia tomaram prédios do
governo em mais uma cidade.
“Serei franco: hoje, as forças de segurança não
conseguem retomar rapidamente o controle da situação nas regiões de Donetsk e
Luhansk” – disse o presidente “interino” Oleksandr Turchynov ...”
A
imprensa-empresa “ocidental” insiste em chamar os manifestantes do leste de
“separatistas” ou “pró-Rússia”. [1] São expressões ERRADAS.
Diferente da
Crimeia, nessas áreas não há maioria que deseje unir-se à Federação Russa. Aí,
as pessoas querem
estados autônomos dentro da Ucrânia,
com governos eleitos localmente e algum controle sobre as próprias relações
exteriores. Querem uma Ucrânia federal, com governo central fraco, que não
interfira nos assuntos das regiões.
Joe Biden |
Com as coisas
seguindo como até aqui, é possível que consigam o que eles – e a Rússia –
querem. E, sem autoridade sobre o leste e sem forças de segurança confiáveis, o
governo de Kiev nada pode fazer para impedir que aconteça.
A opinião
pública nos EUA é contra mais intervenção dos EUA na Ucrânia; e, a
seis meses das eleições de meio de mandato, não há dúvidas de que a opinião
pública será levada em conta, pelo menos por enquanto. Tampouco se vê qualquer
apoio vindo da Europa para a novas sanções contra a Rússia. O ‘ocidente’ e
seus sabujos em Kiev ficaram sem ferramentas para fazer avançar os próprios
planos.
O plano dos
neoconservadores, de capturar para a OTAN o porto Sebastopol no Mar Negro foi
derrotado no momento em que a Rússia apoiou o referendo dos (então, ainda)
ucranianos, que se manifestaram a favor da reintegração da Crimeia à Rússia.
Henry Kissinger |
O plano da
OTAN, de incluir a Ucrânia em seu anel “de contenção” em torno da Rússia,
fracassou. E jaz em cacos o plano da União Europeia, para devorar o que resta
das riquezas naturais da Ucrânia.
A Ucrânia se
converterá, como recomendava há dois meses, um
velho político (e criminoso de guerra), Henry Kissinger, uma nação
federal finlandizada, entre o leste e
o oeste.
Mas ainda há
fatores complicadores possíveis. Os intervencionistas humanitários
neoconservadores ficarão furiosos com a perda, e podem ainda inventar algum
neogolpe ou neocrime. Podem, usando suas conexões com os fascistas da Ucrânia,
iniciar uma guerra civil na Ucrânia. Se para mais não servir, servirá para
manter a Rússia ocupada, e desatenta, talvez, a outras questões.
Nota dos tradutores
[1] No
Brasil, repetem e repetem sempre, todos, e sem salvar-se um jornal ou
jornalista do Grupo GAFE (Globo, Abril,
Folha de SP, Estado) que fosse, o mesmo BESTEIROL! Por exemplo, amostra
pequena:
- O Globo: 29/4/2014, em: “Separatistas atiram em policiais durante tomada de prédios governamentais na Ucrânia”
- Folha de São Paulo: 29/4/2014, em: “Separatistas seqüestram observadores na Ucrânia”
- O Estado de São .Paulo: 12/4/2014, em: Ucrânia acusa Rússia de “ato de agressão” após ataques de separatistas
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