QUEM TEM MEDO DO PASSADO
Cenas de medo novelesco de Regina Duarte, em 2002, tem pouco a ver com comparação entre o Brasil antes e depois de Lula O primeiro
filminho de propaganda do PT provocou uma reação previsível da oposição.
Aécio Neves chegou a dizer que as crianças deveriam ser retiradas da sala. Eduardo Campos também criticou. Claro que nenhum deles está discutindo a linha estética das imagens.
A comparação com o discurso do medo apresentado por Regina Duarte, na reta final de 2002, não faz sentido. O discurso de 12 anos atrás não podia apoiar-se em fatos objetivos. Naquele ano, a inflação disparava e o país pedia socorro ao Fundo Monetário Internacional para não quebrar. A popularidade de Fernando Henrique era tão baixa que José Serra, candidato do governo, preferia manter distância do Planalto e do presidente. Quando perguntado sobre a economia – um desastre nos ultimos anos de FHC – o candidato tucano não colocava a culpa na crise internacional apenas. Fazia questão de dizer que o governo FHC não seguira a política economica de sua preferência.
A campanha pela reeleição de Dilma compara passado e presente porque pode fazer isso. Nãoi falta de um sentimento, que pode ser manipulável, mas de fatos. Não faltam emoções nos momentos de encontros de brasileiros consigo mesmos. Você pode até achar que se chegou ao melodrama. Mas o conteúdo é racional, compreensível. É político.
Vai oferecer ao governo Dilma uma chance única de dialogar com os brasileiros e defender seu legado político. É por isso e apenas por isso que a oposição teme comparações com o passado.
Comentários