PM trapalhona e Globo fujona
Na Copa, Che Guevara vai encontrar Maria Bonita
argento Pincel se prepara para jogar as bombas
As manifestações por um país melhor estão soltas por aí. O discurso sem roubalheiras, com mais educação e saúde tem um cinismo quase imoral. Ontem na Paulista, jovens gritavam por um lugar melhor para viver. Com faixas, máscaras, gorros, bandeiras e celulares fizeram o show.
As carinhas dos moços e das moças eram de indignados, ops, no momento da pose. Na sequência riam, trocavam olhares e gritavam duas ou três palavras de ordem.
Os coletivos da Copa, dos movimentos sociais, os Black blocs, juro que não consegui sentir medo dessa galera: todos pareciam pertencer a uma pequena escola de samba do grupo de acesso de São Paulo - quem conhece, sabe o que estou falando.
Mas os anfitriões protagonizaram um papel muito melhor. A Polícia Militar de São Paulo tinha centenas de homens em plena avenida. Eles seguiram à risca tudo o que o sargento Pincel dos Trapalhões fazia há 20, 30 anos na TV.
No meio do suposto confronto, para mim muito “legítimo”.
Enquanto a escola do grupo de acesso descia a Consolação, com um ritmo mequetrefe, a PM tentava criar um cordão. Na hora que os meninos gritaram com mais força. Os soldados sacaram as suas bombas e jogaram na molecada.
Mais quatro bombas e a escola havia desaparecido.
Dez ou doze integrantes revidavam com lixeiras viradas, estilingues e isqueiros. Ah, fizeram uma barricada, com sacos de lixo e papeis dos escritórios da região em chamas. Ah, teve uma loja de carros destruída e a fachada de um banco.
Voltemos à PM. Um tenente gritava para a formação de um pelotão. Juro que mesmo os policiais com os olhares mais malignos … eu só conseguia enxergar a turma do Didi embolada e oprimida, melhor comprimida, na minha frente. Eles estavam com medo. Era evidente. Na hora de marchar em linha, um chutava o calcanhar do outro. Despreparo total, alguns até
esboçavam um sorriso e o chefe fingia que não via.
No final, foi ainda mais engraçado ver a equipe da Rede Globo escondida em plena Consolação. A repórter cismava em olhar a bela lua cheia ou o chão, nunca olhava para frente. O motoqueiro que esperava a fita se escondia num beco. Um outro jornalista que não sei mais onde trabalha, mas que se diz especialista em guerra, corria que nem criança para trás de um carro da PM e caminhava atrás do bloco de soldados. Será que ele virou da PM, eu ainda não sei? Pode ser.
Só sei de uma coisa: essas manifestações têm hora pra começar, pra postar, ser transmitida e inclusive, para trocar telefones. Afinal, ser Che Guevara ou Maria Bonita, porque aumentam as chances na conversa de bar. Ou quem sabe na hora do jogo do Brasil, porque vai ter Copa…
de Willian Novaes, jornalista e diretor da Geração Editorial
E negro ?
Tinha ?
Não, todos os negros de São Paulo estavam na sede do iFHC, numa aula sobre a “Teoria da Dependência dos Sapatos”.
Clique aqui para ler “Blogueiro sujo ? A culpa é do Alckmin”
Paulo Henrique Amorim
argento Pincel se prepara para jogar as bombas
As manifestações por um país melhor estão soltas por aí. O discurso sem roubalheiras, com mais educação e saúde tem um cinismo quase imoral. Ontem na Paulista, jovens gritavam por um lugar melhor para viver. Com faixas, máscaras, gorros, bandeiras e celulares fizeram o show.
As carinhas dos moços e das moças eram de indignados, ops, no momento da pose. Na sequência riam, trocavam olhares e gritavam duas ou três palavras de ordem.
Os coletivos da Copa, dos movimentos sociais, os Black blocs, juro que não consegui sentir medo dessa galera: todos pareciam pertencer a uma pequena escola de samba do grupo de acesso de São Paulo - quem conhece, sabe o que estou falando.
Mas os anfitriões protagonizaram um papel muito melhor. A Polícia Militar de São Paulo tinha centenas de homens em plena avenida. Eles seguiram à risca tudo o que o sargento Pincel dos Trapalhões fazia há 20, 30 anos na TV.
No meio do suposto confronto, para mim muito “legítimo”.
Enquanto a escola do grupo de acesso descia a Consolação, com um ritmo mequetrefe, a PM tentava criar um cordão. Na hora que os meninos gritaram com mais força. Os soldados sacaram as suas bombas e jogaram na molecada.
Mais quatro bombas e a escola havia desaparecido.
Dez ou doze integrantes revidavam com lixeiras viradas, estilingues e isqueiros. Ah, fizeram uma barricada, com sacos de lixo e papeis dos escritórios da região em chamas. Ah, teve uma loja de carros destruída e a fachada de um banco.
Voltemos à PM. Um tenente gritava para a formação de um pelotão. Juro que mesmo os policiais com os olhares mais malignos … eu só conseguia enxergar a turma do Didi embolada e oprimida, melhor comprimida, na minha frente. Eles estavam com medo. Era evidente. Na hora de marchar em linha, um chutava o calcanhar do outro. Despreparo total, alguns até
esboçavam um sorriso e o chefe fingia que não via.
No final, foi ainda mais engraçado ver a equipe da Rede Globo escondida em plena Consolação. A repórter cismava em olhar a bela lua cheia ou o chão, nunca olhava para frente. O motoqueiro que esperava a fita se escondia num beco. Um outro jornalista que não sei mais onde trabalha, mas que se diz especialista em guerra, corria que nem criança para trás de um carro da PM e caminhava atrás do bloco de soldados. Será que ele virou da PM, eu ainda não sei? Pode ser.
Só sei de uma coisa: essas manifestações têm hora pra começar, pra postar, ser transmitida e inclusive, para trocar telefones. Afinal, ser Che Guevara ou Maria Bonita, porque aumentam as chances na conversa de bar. Ou quem sabe na hora do jogo do Brasil, porque vai ter Copa…
de Willian Novaes, jornalista e diretor da Geração Editorial
Trabalhador que é bom se espremia no metrô para voltar pra casa.
E ainda tinha que aguentar o cheiro de desodorante de vizinho da frente, que não toma banho há alguns dias.E negro ?
Tinha ?
Não, todos os negros de São Paulo estavam na sede do iFHC, numa aula sobre a “Teoria da Dependência dos Sapatos”.
Clique aqui para ler “Blogueiro sujo ? A culpa é do Alckmin”
Paulo Henrique Amorim
Comentários