Não testem a paciência da população…

Autor: Fernando Brito
onibus
Quem perde o contato com o povo não consegue perceber certos sinais de mudança nos sentimentos da população.
E já ficou claro que o povão está de saco cheio de situações que estão sendo provocadas com o aproveitamento oportunista da aproximação da Copa do Mundo.
Nenhuma manifestação está sendo proibida ou reprimida, salvo quando tenta invadir eventos públicos ou privados, o que não é direito de nenhum manifestante.

No Rio, um pequeno grupo faz, outra vez, a crueldade de decretar uma greve sem comunicar com antecedência aos usuários de ônibus, milhares deles dependendo de condução para voltar para casa, a 30 ou 40 quilômetros de distância. E debaixo de chuva.
A paralisação não aconteceu, embora tenha causado transtornos  à população.
As pessoas percebem que não é casual a paralisação de ônibus em várias cidades do país, com datas de dissídio  diferentes e salários mais ainda, muitas vezes á revelia dos sindicatos.
É claro que há superexploração destes trabalhadores em muitos casos. Os empresários de ônibus estão longe de serem “anjinhos”.
Mas boa parte dos movimentos tem clara inspiração político-eleitoral e a população percebeu.
Grupos de 100, 200, 300 pessoas não têm o direito de, sistematicamente, paralisar cidades de milhões de pessoas.
Porque estas milhões de pessoas também têm direitos e cabe ao Estado protegê-las.
Um ônibus ser abandonado atravessado numa avenida, atravessado, não é “manifestação popular”. É sabotagem à coletividade.
O governo brasileiro tem de ter muita calma nessa hora.
Tem razão a Presidenta em dizer que “não se permitirá baderna”.
E age bem, também, em dirigir, nacionalmente, um processo de garantia da ordem que não se confunda com a repressão brutal desfechada pelos governos estaduais de São Paulo e do Rio.
Mas não é possível deixar de tomar posição.
Manifestação, sim. Greve, sim. É um direito sagrado.
Mas agressão ao povo não é direito e fazê-lo é um crime contra a coletividade.
Quem quer usar a Copa como “esperteza” política vai colher os frutos desta tola “esperteza”.

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