China: Ações da concessionária da Nike têm queda recorde

Empresa Yue Yuen Industrial Holdings diz que perdeu 27 milhões de dólares com a greve e ainda vai ter de pagar mais 31 milhões aos trabalhadores.

Gbtimes.com
O valor das ações da fábrica de calçado Yue Yuen Industrial Holdings Ltda caiu para o nível mais baixo dos últimos cinco meses na Bolsa Valores de Hong Kong, como consequência de uma das maiores greves realizadas na China, que envolveu mais de 30 mil operários e durou quase duas semanas.

A empresa, que é controlada pela bilionária família de Tsai Chi Jui, de Taiwan, disse ter perdido 27 milhões de dólares com a greve e que, depois do acordo com os trabalhadores, vai gastar mais 31 milhões de dólares devido ao aumento das contribuições patronais para o fundo de segurança social e de moradia dos empregados, informa a Xinhua.


    “A melhoria do sistema legal chinês e a crescente tomada de consciência dos trabalhadores em relação aos seus direitos transformaram-se em grandes armadilhas legais”, adverte um professor da universidade Sun Yat-sen

Crescente tomada de consciência dos trabalhadores

A agência de notícias oficial chinesa ouviu o professor He Gaochao, da universidade Sun Yat-sen, que alertou para os vazios legais criados pelos governos locais que, na ânsia de atrair investimentos estrangeiros, permitem que as empresas deixem de pagar as contribuições sociais, dando origem a protestos como o que abalou a fábrica da província de Guangdong. “A melhoria do sistema legal chinês e a crescente tomada de consciência dos trabalhadores em relação aos seus direitos transformaram-se em grandes armadilhas legais”, advertiu o investigador, acrescentando que “as empresas precisam de mudar, para evitar caírem no mesmo erro da Yue Yuen”.

Abaixo-assinado de trabalhadores de mais de cem fábricas

Cerca de 1200 trabalhadores de 101 fábricas chinesas subscreveram um apelo a favor da plena implementação do fundo de segurança social, argumentando que o que aconteceu ao fundo de pensão da fábrica Yue Yuen também aconteceu em Shenzhen. Segundo o China Daily Labour, o manifesto insurge-se contra a lei de janeiro de 2013 aprovada em Shenzhen sobre os pagamentos das contribuições em atraso. Segundo os trabalhadores, esta lei não tem qualquer substância, não passando de “uma folha de papel”. O manifesto conclui afirmando que os trabalhadores querem “o direito à segurança social – direito conquistado através do nosso suor e sangue e sacrificando a nossa juventude”.




Créditos da foto: Gbtimes.com

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