Cardozo alega convocação de Dilma para fugir de mais um conflito

 

Jornal GGN – José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, cancelou a viagem que faria ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (7) para mediar uma disputa agrária entre agricultores e uma comunidade indígena. O conflito de anos já resulta na morte de dois agricultores, registradas em abril passado.
No lugar de Cardozo, o Ministério da Justiça enviou uma equipe a Porto Alegre para discutir o assunto ao lado de um destacamento da Secretaria-Geral da República e de representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio).

A presença do ministro é solicitada por indígenas que aguardam a demarcação de terras há anos. A disputa acontece em Faxinalzinho, na região norte do estado. No final de abril, ainda quando debatiam a expectativa de reunião com o ministro, os indígenas afirmaram que Cardozo precisava mostrar resultados. A assessoria do Ministério justificou a ausência de Cardozo por conta de uma agenda convocação de última hora pela presidente Dilma Rousseff.
“Os índios querem saber o que o ministro está pensando em fazer. Os índios estão preocupados. Se ele não chegar na quarta-feira com a portaria [que define a demarcação], os índios não vão aceitar. Se não houver reunião definitiva, as lideranças do [povoado de] Candóia não vai mais recebê-lo”, afirmou Valério de Oliveira, uma liderança Caingangue, em entrevista disponibilizada nesta quarta pela Rádio Uirapuru. No vídeo abaixo, publicado no dia 30 de abril, o índio destaca que Cardozo já marcou quatro reuniões e não compareceu a nenhuma.

As regiões onde existem conflitos têm bloqueios nas estradas há meses. A morte de dois agricultores, no último dia 26, aconteceu em uma tentativa de furar o bloqueio. Cinco mil índios se espalham pela região. As prefeituras locais cobram a presença da força policial. O Ministério Público Federal já apontou "omissão" do Ministério da Justiça diante do conflito.

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