Agenda internacional para a semana de 18 a 25 de maio de 2014.

O 3º. Congresso da Confederação Sindical Internacional, em Berlim, vai até o dia 23, com o lema 'Construir o poder das trabalhadoras e dos trabalhadores'.

Flávio Aguiar, de Berlim
Arquivo

Eleição na Confederação Sindical Internacional
 
Começou no dia 18, domingo, o 3º. Congresso da Confederação Sindical Internacional em Berlim. O Congresso vai até o dia 23, com o lema “Construir o poder das trabalhadoras e dos trabalhadores”. A CSI reúne 325 confederações nacionais de 161 países, num conjunto estimado entre 170 e 180 milhões de trabalhadores.  É a maior confederação sindical internacional.
 
Na quarta-feira, 21, o plenário, de mais de mil delegados, elege o Conselho e o Secretário Geral da entidade. Na sexta-feira, 23, o Conselho eleito escolhe o presidente. O candidato mais cotado é o brasileiro João Felício, atual Secretário de Relações Internacionais da CUT, de que já foi presidente. Seria a primeira vez que um sindicalista brasileiro e latino-americano ocuparia um cargo de tal envergadura no sindicalismo internacional.

Eleições na Colômbia
 
No domingo, 25, se realiza o primeiro turno da eleição presidencial colombiana. Os três candidatos melhor colocados nas pesquisas são Oscar Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, de direita, o atual presidente Juan Manuel Santos, e Enrique Penalosa, da Aliança Verde, com um leve favoritismo para o primeiro. Numa tentativa de favorecer a candidatura de Santos, com quem está empenhada em negociações de paz, a FARC decretou uma trégua durante o processo eleitoral.
 
Parlamento Europeu
 
De 22 a 25 de maio acontecem as eleições para o Parlamento Europeu. Espera-se um crescimento da representação dos partidos de extrema-direita, embalados pela xenofobia alimentada pelas crises das dívidas soberanas e pelos planos de austeridade que mergulharam a Europa numa recessão sem precedentes desde a crise de 1929.
Eleição (?) na Ucrânia
No domingo, 25, estão marcadas as eleições nacionais da Ucrânia. Não se sabe muito bem o que vai acontecer no leste do país, onde o clima é de guerra civil. O governo de Kiev convoca militantes de extrema-direita para atuarem nesta região, onde os rebeldes mantém vastas áreas sob seu controle.
 
Segundo turno das eleições na Grécia
 
Também no dia 25 realiza-se o segundo turno das eleições locais e regionais na Grécia. O governo do conservador Antonis Samaras sofreu um contundente revés no primeiro turno, realizado no domingo, 18. Seu candidato não conseguiu chegar ao segundo turno, que será disputado por dois candidatos apoiados ambos pelo partido Syriza, de esquerda. De um modo geral, as eleições favoreceram os candidatos que criticam os planos de austeridade, que já reduziram em 40% o poder aquisitivo da população. 
 
Pequena crise Alemanha – Turquia
 
O primeiro-ministro turco, Tayiip Erdogan provocou uma crise de pequena mas significativa monta entre Turquia e Alemanha, manifestando a vontade de vir à cidade de Colônia fazer campanha em favor de candidatos de origem turca neste país para o Parlamento Europeu. Isto causou constrangimento em Berlim, que argumentou que Erdogan não deveria deixar a Turquia num momento em que seu país enfrenta grave crise social e política motivada pelo acidente que provocou a morte de 301 mineiros na cidade de Soma. Entretanto, é claro que a presença de Erdogan, interferindo numa votação que, apesar de “europeia”, se dá em território alemão, não é bem-vinda.
 
Enchente nos Bálcãs
 
Sérvia, Bósnia e Croácia enfrentam a pior encehente desde o século XIX. Já há 44 mortos e 10 mil desabrigados. As cenas são compungentes: pessoas ilhadas em telhados, cidades submersas, campos transformados em mares de água lamacenta. Milhares de pessoas continuam ilhadas, sem poder recer socorro devido às enxurradas.
 
Golpe na Líbia
 
Jogada para debaixo do tapete da mídia internacional, a Líbia agora emerge com uma tentativa de golpe por militares que, quando mais não seja, se opõem à ascensão ao cargo de primeiro-ministro de Ahmed Maiteeg, que sucederia a Abdullah al-Thinni. Este renunciou em abril depois de ataques contra sua família, mas disse que continuaria non cargo interinamente até que Maiteeg conseguisse ser aprovado no Parlamento e formasse um novo gabinete. Maiteeg é apontado como um “islamista”. O general Khalifa Hifter, que se refugiou nos Estados Unidos ao final do século passado, retornando à Líbia para combater contra Ghaddafi, começou a revolta em Benghazi, no leste do país, na quinta-feira, 15. Estes combates já provocaram 70 mortos. No domingo, um grupo de militares ocupou o Parlamento, em Tripoli, expulsando de lá os parlamentares eleitos, e ao mesmo tempo indicando 60 “constituintes” para substituí-los.
 
O general Mokhtar Farnana fez um pronunciamento na televisão, em Tripoli, a favor do golpe. Não se sabe qual será a atitude das potências ocidentais, que ajudaram a derrubada de Ghaddafi: se denunciarão o golpe como golpe, ou se, comom no caso do Egito, farão vista grossa.
 
Depois da tempestade, na India
 
Depois da fragorosa derrota nas eleições concluídas na semana passada, em que 560 milhões de eleitores votaram durante três semanas, o Partido do Congresso, liderado por Sonia e Rahul Gandhi, começa nesta segunda-feira uma avaliação do resultado. Há propostas de mudança de líderes, mas em princípio tudo continuaria com o domínio da família: a nova candidata à liderança é Pryanka, irmã de Rahul.
 
O novo primeiro-ministro (já eleito, pois seu partido ganhou grande maioria no Parlamento) Narendra Modi, apontado ao mesmo tempo como “pró-mercado” e “nacionalista”, vai comeár os contatos para formar seu governo.
 
Decisão inédita na Champions League da UEFA
 
Pela primeira vez dois clubes espanhóis vão decidir a Copa dos Campeões na Europa: Real Madri e Atlético de Madri se enfrentam no sábado, 24 de maio, no Estádio da Luz, em Lisboa, às 19:45, hora local, 20:45 hora continental da Europa, 15:45, hora de Brasília. Espera-se uma invasão sem precedentes de Lisboa por espanhóis. O Atlético sagrou-se campeão da Liga Espanhola na semana passada, batendo o Barcelona. O Real, de Cristiano Ronaldo, é o favorito. Mas como se sabe, nestes jogos o favoritismo pode ser negativo.




Créditos da foto: Arquivo

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