Vamos apurar doações eleitorais das empresas da lista do doleiro? Ótimo, então que sejam todas

Autor: Fernando Brito
deramparatodos
Uma nova leva de documentos de Paulo Roberto Costa apareceu no Fantástico deste domingo.
Todos relativos a “consultorias”  para contratos firmados entre 2012 e 2013, depois que ele tinha sido demitido da Petrobras.
Aliás, é um escândalo como tudo o que pode ser usado em explorações políticas vaza, seletivamente, da Polícia Federal para as revistas e jornais de oposição, que parecem ter sido autorizadas a montar uma sucursal dentro da briosa corporação, que se esmera a fazer “batidas” onde é recebida com cooperação e cafezinho, mas não faz apreensão nas empresas acusadas de pagar, para saber se, quando e por ordem de quem se pagou.

Mas, aos fatos sobre Paulo Roberto Costa.
O que tem a empresa, que o mandou embora, com suas atividades posteriores?
É crível que alguém que foi “despachado” sem muitas honrarias, para não dizer o contrário, seja um bom “embaixador” para fazer negócios futuros de alta monta com diretores de uma empresa onde se sabe que seu nome não é exatamente dos mais admirados?
Não estou falando de pequenas situações que se resolvem a nível de gerências onde, de fato, pela sua carreira de funcionário pode ter deixado, aqui e ali, algum “amigo “.
O estranho é que se quer envolver a alta administração da Petrobras com as estrepolias recentes  de quem foi, há dois anos, afastado de funções dirigentes e se aposentou da empresa.
As quantias que ele  registra para políticos não provam senão que  intermediou  doações de empresas para políticos, como é regra dentro de uma  estrutura jurídica que permite o financiamento privado de campanhas.
E que ele é um dos muitos lobistas existentes neste país.
Se isso é o bastante para dizer que havia corrupção na empresa, então  temos que verificar a quem doaram todas as empresas presentes nas listas de Costa e do tal doleiro, como a OAS e a Galvão Engenharia.
E se as doações são, em princípio, atos de corrupção, apurar porque também doaram ao então candidato ao Senado por Minas, Aécio Neves: respectivamente, R$ 100 mil e R$ 270 mil.
Estas empresas também não mantiveram negócios com governos do PSDB, como os de Minas e de São Paulo?
Se todas as doações são suspeitas, vamos averiguar a que todas se deveram, inclusive as feitas ao PSDB.
Toda a “investigação”, até agora, só produziu uma certeza: Graça Foster e Dilma Rousseff agiram muito bem em despachar Paulo Roberto Costa da Petrobras.
O resto são marolas que vão se dissolvendo à medida em que os fatos forem esclarecidos.
Mas só serão esclarecidos se o Governo tomar a iniciativa política.
Coisa que, até agora, não fez.

Comentários