IPEA: um erro imperdoável que não pode atingir a instituição
Autor: Fernando Brito
O pedido de exoneração do diretor da área social do IPEA é muito pouco diante da trapalhada feita com a pesquisa sobre o pensamento do brasileiro em relação às mulheres.
Não porque tenha sido um erro, porque todo mundo os comete e eu sou um dos primeiros a errar aos montes, nessa correria de escrever sozinho, sem revisão.
Mas é indesculpável que, diante de um dado monstruoso como o de que 65% dos brasileiros apoiariam um ataque sexual contra uma mulher, não tenha causado estranheza e provocado uma mínima verificação.
Eram 26%, afinal, o que é muito, mas não faz de nosso país uma maioria de bárbaros.
Ainda bem que o resultado só provocou boa reação e debate sobre a violência contra a mulher, que se constitui num imenso absurdo que ainda é – e cada vez mais é – responsável por mais de 50 mil estupros por ano.
Mas causou um dano imenso contra uma das mais respeitadas instituições de pesquisa brasileira, o Ipea, dano perfeitamente evitável se a correção tivesse se dado rapidamente e não uma semana depois do fato.
A presidenta Dilma Rousseff deve aceitar o que, a esta altura, deva estar sendo a atitude da direção do Instituto: pedir demissão.
Claro que não foram todos eles, pessoalmente, os responsáveis pelo erro grosseiro e todos, inclusive o diretor que se exonerou, têm o mais alto grau de qualificação acadêmica.
Mas foram pela demora na correção, diante do anúncio de um número tão estarrecedor.
E, mais do que tudo, são os responsáveis pela imagem de uma instituição de altíssimo prestígio, que não merece e não pode ser submetida ao escárnio nem do público nem da academia.
A vida pública nem sempre é justa e compreensiva com os que a praticam, mas o primeiro princípio de quem se entrega a ela é o de que o Serviço Público é mais importante que cada um de nós, por mais desculpas que possa ter.
Em nome do respeito por uma dos mais importantes centros do pensamento de políticas públicas no país, seria bom chamar de volta Marcio Pochmann, João Sicsú e toda uma camada de quadros que, sem disputa quanto à qualidade com os atuais, transformou o Ipea numa séria ferramenta de intervenção sobre a realidade brasileira.
O pedido de exoneração do diretor da área social do IPEA é muito pouco diante da trapalhada feita com a pesquisa sobre o pensamento do brasileiro em relação às mulheres.
Não porque tenha sido um erro, porque todo mundo os comete e eu sou um dos primeiros a errar aos montes, nessa correria de escrever sozinho, sem revisão.
Mas é indesculpável que, diante de um dado monstruoso como o de que 65% dos brasileiros apoiariam um ataque sexual contra uma mulher, não tenha causado estranheza e provocado uma mínima verificação.
Eram 26%, afinal, o que é muito, mas não faz de nosso país uma maioria de bárbaros.
Ainda bem que o resultado só provocou boa reação e debate sobre a violência contra a mulher, que se constitui num imenso absurdo que ainda é – e cada vez mais é – responsável por mais de 50 mil estupros por ano.
Mas causou um dano imenso contra uma das mais respeitadas instituições de pesquisa brasileira, o Ipea, dano perfeitamente evitável se a correção tivesse se dado rapidamente e não uma semana depois do fato.
A presidenta Dilma Rousseff deve aceitar o que, a esta altura, deva estar sendo a atitude da direção do Instituto: pedir demissão.
Claro que não foram todos eles, pessoalmente, os responsáveis pelo erro grosseiro e todos, inclusive o diretor que se exonerou, têm o mais alto grau de qualificação acadêmica.
Mas foram pela demora na correção, diante do anúncio de um número tão estarrecedor.
E, mais do que tudo, são os responsáveis pela imagem de uma instituição de altíssimo prestígio, que não merece e não pode ser submetida ao escárnio nem do público nem da academia.
A vida pública nem sempre é justa e compreensiva com os que a praticam, mas o primeiro princípio de quem se entrega a ela é o de que o Serviço Público é mais importante que cada um de nós, por mais desculpas que possa ter.
Em nome do respeito por uma dos mais importantes centros do pensamento de políticas públicas no país, seria bom chamar de volta Marcio Pochmann, João Sicsú e toda uma camada de quadros que, sem disputa quanto à qualidade com os atuais, transformou o Ipea numa séria ferramenta de intervenção sobre a realidade brasileira.
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