Agenda internacional: rebeliões no leste do país agitam a Ucrânia

A semana se abriu com o ultimato do governo de Kiev aos rebeldes do leste do país. A agitação se estende por várias cidades próximas da fronteira russa.

Flávio Aguiar, de Berlim/Marcelo Justo, de Buenos Aires
Arquivo

Crise na Ucrânia
 
A semana se abriu com o ultimato do governo de Kiev aos rebeldes do leste do país. A agitação se estende por várias cidades mais ou menos próximas da fronteira russa. Vários militantes armados ocupam delegacias de polícia e outros prédios públicos, além de armarem barricadas nas estradas e ruas. Visivelmente eles têm o apoio de boa parte das populações locais, inclusive dos mineiros da região. Prossegue a guerra retórica entre o Ocidente, o governo ucraniano e a Rússia, esta acusando aqueles e sendo acusada por eles de fomentar o conflito.

 
Na quinta-feira está marcada uma reunião com os governos dos EUA, Ucrânia, Rússia, mais representantes da União Europeia para tentar uma saída negociada para a crise. A Rússia declarou que uma intervenção armada  por parte de Kiev porá em perigo a reunião. No fim de semana o Conselho de Segurança da ONU se reuniu, apenas para assistir o bate-boca entre representates da Rússia, Estados Unidos e Reino Unido. Os relatos de parte a parte são muito confusos e contraditórios. A OTAN acusa a Rússia de  concentrar fortes contingens militares na fronteira. Apresenta como prova fotos das tropas, mas analistas apontam que a data das fotos não é clara, e jornalistas relatam uma situação de calma na fronteira, do lado russo.

Nesta segunda-feira, 14, o Conselho de Relações Exteriores da U. E. está reunido, sob a presidência de Catherine Ashton, para debater o tema. Aguardam-se acontecimentos dramáticos para as próximas horas.

Em tempo: na segunda-feira pela manhã, enquanto expirava o prazo dado pelo governo de Kiev aos amotinados, pela primeira vez ele acenou com a possibilidade de aceitar a realização de plebiscitos nas províncias atingidas. Não houve esclarecimento sobre os termos do plebiscito aceito/proposto pelo governo, mas sem dúvida isto abre uma pequena abertura no sentido de uma solução negociada para o conflito.
 
Banco Central Europeu
 
Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu, anunciou que a instituição se prepara para um forte intervenção no mercado financeiro, provavelmente através da compra de letras de longo prazo do sistema bancário e talvez das dívidas soberanas, a fim de combater a perspectiva de deflação recessiva. A medida, se concretizada, marcará mais um passo de afastamento do B. C. E. da rígida orotoxia econômica que marcou a gestão de seu antecessor, Jean-Claude Trichet.
 
Parlamento Europeu
 
Para esta semana prevê-se a votação de várias medidas no Parlamento da U. E.: união bancária, fundo de solidariedade continental, política de aposentadorias, entre outras.
 
Eleição na Índia
 
Prossegue a votação para o Parlamento Nacional da Índia, começada no dia 7 de abril, e que deve se estender até o mês de maio. Os números são gigantescos: 814 milhões de eleitores, sendo que destes 150 milhões votam pela primeira vez. A campanha se processa em 447 línguas, e destas 29 são faladas por mais de um milhão de pessoas. Os candidatos fazem campanha valendo-se de imagens holográficas. O candidato a primeiro-ministro pelo Partido do Povo Indiano (BJP, na sigla hindi), Narendra Modi, conservador, atual primeiro-ministro do estado de Gujarat, falará para milhões de pessoas simultaneamente, reunidas em mais de cem cidades, através deste tipo de projeção de imagem. As pesquisas de opinião prevêem a sua vitória, embora provavelmente tenha de formar uma coalizão com outros partidos para governar.
 
França
 
Termina na terça-feira o prazo para que a França apresente à Comissão Europeia e outras instituições da UE seu plano de estabilidade financeira com a previsão da redução do déficit fiscal para 3% até 2015. No entanto espera-se que o novo ministro das Finanças francês, Michel Sapin, tente renegociar este prazo, alegando que o crescimento reduzido da economia francesa não permitiria a redução até o próximo ano.
 
Venezuela
 
Continuam os esforços de mediação entre o governo e a oposição, com a participação de enviados dos governos do Equador, Brasil e Colômbia, mais o Vaticano. Enquanto isto na terça-feira chega a Caracas o escritor peruano Mario Vargas Llosa para levar apoio à oposição, afirmando a necessidade de combater a “ditadura de estilo cubano” que, segundo ele, o presidente Nicolás Maduro pretende instalar no país.
 
Europa/Myanmar
 
A líder de oposição Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz, entre outros prêmios recebidos, faz giro pela Europa, começando pela França, onde será recebida pelo presidente François Hollande. Ela pretende se candidatar à presidência do país (conhecido na Europa pela antiga designação colonial de Burma) em 2015. 
 
Síria
 
O líder da oposição síria na Coalizão Nacional, Ahmad Jarba, visita a China que, com a Rússia e o Irã, tem sido uma das principais apoiadoras do governo de Damasco. Na pauta, uma solução negociada para o conflito.
 
Estados Unidos
 
Na segunda-feira a administração da cidade de Detroit apresenta o plano para pagamento da sua dívida pública. A cidade requereu falência no ano passado.
 
Organização Mundial do Comércio
 
O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, diretor presidente da OMC, dá uma entrevista coletiva analisando a economia mundial em 2013 e as perspectivas para 2014.
 
Páscoa
 
Os mundos cristãos – o ocidental e o oriental/ortodoxo - celebram a festividade da Páscoa durante esta semana. 2014 é um dos raros anos em que as datas de ambas as páscoas cristãs coincidem no calendário.




Créditos da foto: Arquivo

Comentários