Roberto Requião: “Generosidade voluntária ou terá a Globo pedido e ordenado?”

Jornal GGN - O senador Roberto Requião (PMDB-PR) acusou a Mesa de procrastinar os requerimentos de informações de dívidas das Organizações Globo e empréstimos concedidos pelo BNDES a empresas ligadas ao grupo da emissora.
“A Mesa se acovardou e se curvou diante da Rede Globo. Mudou a decisão para procrastinar. Terá sido uma generosidade voluntária? Ou terá a Globo pedido e ordenado?”, questionou Requião.
No começo de fevereiro, a Mesa do Senado examinou os dois requerimentos (RQS 1278/2013 e RQS 1279/2013), decidindo que as informações deveriam passar por votação no Plenário. Entretanto, na semana seguinte, houve uma mudança e os pedidos foram encaminhados para submissão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que presidia a sessão, disse que o relator dos requerimentos sobre a Rede Globo, João Vicente Claudino (PTB-PI), havia pedido a análise da CCJ para esclarecer se respeitam a legislação quanto aos sigilos fiscal e financeiro.
Alvaro também disse que apurou com a assessoria do Senado e que não houve nenhuma decisão de submeter os requerimentos ao Plenário e que essa informação foi incorretamente fornecida por um funcionário.
O senador Roberto Requião não se conformou com a questão e utilizou de um serviço aberto para conseguir as informações sobre a Globo. Como cidadão, pediu ao Ministério da Fazenda, por meio da Lei de Acesso à Informação.
De acordo com Requião, as informações não eram protegidas pelo sigilo fiscal porque parte das dívidas das Organizações Globo estão em discussão na Justiça. “As respostas que chegaram a mim são ainda mais estapafúrdias e furadas”, disse o senador, ao se referir à negativa do Ministério da Fazenda, que alegou que as informações estavam protegidas pelo sigilo fiscal.
Outras estapafúrdias
A lentidão em esclarecer a dívida da Rede Globo não foi a única que deixou o senador Roberto Requião (PMDB-PR) indignado. Juntamente com essa informação, Requião solicitou ao Ministério da Fazenda, por meio da Lei de Acesso à Informação, dados sobre a participação do capital estrangeiro no Banco do Brasil.
A informação, entretanto, foi repassada ao Banco Central. “Ou seja, nós não temos mais ministro da Fazenda e presidente da República. Quem está mandando no Brasil é o Banco Central. É o Banco Central que determina que as ações do Banco do Brasil devem ser privatizadas e que ele deixa de ser um banco público, tendo cerca de 40% das suas ações privatizadas, com direito a assento no Conselho de Administração e no Conselho Fiscal”, exclamou o senador.
Na mesma sessão, Roberto Requião criticou a demora na instalação da CPI dos Transportes. “Até hoje a Mesa está enrolando com pressão do governo. Eu pergunto por quê? Por que o governo não quer que se abra a caixa-preta dos contratos e das licitações de ônibus no Brasil? Não tem nenhum cabimento isso”, protestou.
Com informações da Agência Senado.

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