População de emergentes quer internet aberta

Pesquisa com 24 países, entre Egito, Brasil e África do Sul, aponta que usuários não aprovam censura na rede
A população de países emergentes tendem a apoiar fortemente o uso livre e sem censura da internet, revelou uma pesquisa realizada pelo Centro de Investigação Pew. Em 22 dos 24 países pesquisados, a maioria se opôs às restrições do governo à atividade online.
80% dos entrevistados egípcios são contra censura na rede  Foto: Cris Bouroncle/AFP
80% dos entrevistados egípcios são contra censura na rede
Foto: Cris Bouroncle/AFP
A adesão foi maior entre as pessoas mais jovens e nos países com um alto número de usuários de internet. No Egito, Brasil, Líbano, Chile e Argentina, ao menos 80% dos pesquisados disseram apoiar uma internet sem limitações. Na África do Sul, o índice foi de 77% e na Nigéria, de 72%.
  • “O apoio à liberdade na internet tende a ser forte nos países com altas taxas de penetração da internet, como Chile e Argentina, onde aproximadamente dois terços da população está online”, disse o relatório do Pew. “É menos comum nos países com taxas de penetração mais baixas, Uganda, onde 49% disseram se opor à censura do governo”, completou o documento.

A pesquisa é divulgada dias após o governo americano anunciar que deixará seu papel chave à frente das operações técnicas da internet, entregando estas funções “à comunidade multissetorial global”. Embora o governo americano tenha dito que trabalhará para manter a internet livre e aberta, os que questionam a decisão argumentam que a medida abre caminho para que outros países imponham novos controles sobre a atividade online.
Na pesquisa do Pew, o Paquistão teve a porcentagem mais baixa de pessoas que expressam oposição à censura (22%), mas 62% dos pesquisados não responderam ou se mostraram indecisos. Entre as pessoas mais jovens no grupo de 18 a 29 anos, uma grande maioria apoiou uma internet aberta em todos os países, salvo no Paquistão, disse o Pew.
As pessoas com maior educação eram mais propensas a apoiar uma internet aberta em muitos países. Na Tunísia, por exemplo, 73% das pessoas com formação universitária disseram que é importante ter acesso à internet sem censura do governo, comparado com 56% da população total.
Os investigadores do Pew conversaram com 21.847 pessoas de 24 economias emergentes e em desenvolvimento de 3 de março a 1 de maio de 2013, em entrevistas cara a cara. A margem de erro oscilou de 3,5% na Venezuela a 7,7% na Turquia, com a maioria variando entre 4% e 5%.
Agência France Presse

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