Paulista terá que engolir saliva
Autor: Miguel do Rosário
Como diria Riobaldo, personagem principal em Grande Sertão, obra-prima de Guimarães Rosa: “engoli a saliva”.
O paulista ainda vai sofrer um bocado até o fim de ano, e de bico seco. O problema da água se torna cada dia mais grave, sobretudo nas áreas metropolitanas.
Pense num governador perdidinho da silva, tentando desesperadamente arrumar uma desculpa esfarrapada para justificar a incompetência monstruosa de sua gestão. E que não pode culpar ninguém senão a si mesmo, já que está em seu terceiro mandato como governador.
Cada hora, Alckmin fala uma coisa, em geral baboseiras gigantescas, sem nenhuma base técnica.
Uma hora ele quer pegar água do Rio, e leva um merecido não de Cabral, que não quer perder seus últimos pontinhos de popularidade ameaçando o abastecimento de água no interior fluminense. Cabral ficou nervoso, agora está ameaçando até apelar à Justiça para vetar o plano de Alckmin de “saquear” o rio Paraíba do Sul.
Outra hora ele culpa Agência Nacional de Águas (ANA), com argumentos sofríveis, e como se o governo do estado não tivesse autonomia.
Alckmin terá que fazer mágica para evitar um desastre social, para os paulistas, que ficarão sem água dentro de alguns meses, e político, para si mesmo, que terá dificuldade de se apresentar como “bom gestor” para seus eleitores, depois desse fiasco.
Com a bandeira da gestão comprometida, o PSDB paulista terá de apelar mais que nunca para o moralismo. Paulistas, preparem-se para um pesadelo lacerdista. Não sou Mãe Dinah, mas já posso prever Alckmin botando imagem do Dirceu na TV, com uma voz cavernosa dizendo frases sinistras ao fundo.
E nada de iniciar um plano de emergência para poupar água, a única coisa prática que ele podia fazer para salvar as cidades paulistas de um colapso hídrico!
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