Marina está “encantada” com os Bornhausen

Autor: Miguel do Rosário
23-02-2014-19-57-38-marina-e-pbornhausen
Leio na imprensa que Marina Silva está jogando duro com Eduardo Campos, numa tentativa de influenciar a escolha dos candidatos do PSB nas eleições para governador.
Em São Paulo, Marina não quer aliança do PSB com Alckmin, nem com o presidente do PV, Marcio França. Até aí tudo bem. Palmas para ela.
Mas aí eu me deparo com a seguinte informação, no jornal O Globo:
“Marina se encantou com o herdeiro político da família Bornhausen, o deputado Paulo Bornhausen (…) e quer lançá-lo a candidato ao governo (…)”
Vou repetir o que disse o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, quando Joaquim Barbosa respondeu que o “móvel” do sigilo do inquérito 2474 era para “o bom andamento do processo”.
“Aí não! Aí não vinga!”

O bom senso nos manda duvidar dos jornais, mas dessa vez abrirei uma exceção, porque não é novidade. Aliás, a foto acima não mente. O olhar de Marina na direção de Paulo Bornhausen é, de fato, o de uma pessoa “encantada”. O próprio Bornhausen é que parece não acreditar nisso, de tão incrível que é. Ele parece desviar olhar, como quem pensa: “não é possível que esta mulher me apoie, depois de tudo que eu já falei sobre sua ‘raça’; o que será que ela quer?”
Ela quer o poder, Paulinho.
Paulo Bornhausen sempre foi do DEM, onde seu pai, Jorge Bornhausen, foi presidente do partido. O velho Bornhausen ficou famoso durante o processo do mensalão quando falou que o escândalo serviria para “acabar com essa raça”. Marina Silva pertencia à “raça” petista na época.
Paulo Bornhausen ganhou notoriedade ao liderar o movimento “Xô CPMF!”, que terminou vitorioso, se é que se pode chamar de vitorioso um movimento que já tirou, desde 2008, primeiro ano sem o imposto, até 2014, quase R$ 300 bilhões da Saúde Pública, além de constituir um importante instrumento para combater a lavagem de dinheiro e a sonegação.
Depois ele migrou para o PSB, o que é uma escolha curiosa para alguém que passou a vida falando mal do socialismo, e até hoje faz discursos contra os governos de esquerda da América Latina.
Paulo também fez oposição ao Plano Nacional de Direitos Humanos do governo federal, e hoje integra essa nova ala do PSB que vem ganhando cada vez mais espaço no partido: os socialistas de extrema-direita, que são contra os “bolivariano”, mas adoram as alianças com PSDB e DEM.
Diante de Paulo Bornhausen, eu até penso com simpatia em Ronaldo Caiado, que é ao menos um direitão franco e assumido; não migrou para um partido “socialista” para engambelar seus eleitores e o Brasil.
Na mesma reportagem do Globo que menciona seu encantamento com Paulo Bornhausen, leio que Marina atacou violentamente o governo Dilma dizendo que “governo tem que ser programático”.
Pois é, esta “nova política” promete.

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