Comissão de SP pede que governo reconheça assassinato de JK

 Kubitscheck morreu em um "acidente" automobilístico na rodovia presidente Dutra. Foi presidente do Brasil entre 1956 e 1961.

Comissão de SP pede que governo reconheça assassinato de JK

A Comissão Municipal da Verdade de São Paulo enviou, nesta quinta-feira (6), um ofício à presidente da República, Dilma Rousseff, em que pede o reconhecimento oficial de que o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek e seu motorista, Geraldo Ribeiro, foram assassinados em 22 de agosto de 1976.Kubitscheck morreu em um "acidente" automobilístico na rodovia presidente Dutra. Foi presidente do Brasil entre 1956 e 1961. Kubitscheck morreu em um "acidente" automobilístico na rodovia presidente Dutra. Relatório da comissão considera nula a causa da morte oficial, justamente a que aponta para acidente de trânsito, em uma viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro.O ex-presidente morreu junto com seu motorista, Geraldo Ribeiro, cerca de dois minutos e meio após ambos entrarem em um Opala. Os dois saíram do hotel-fazenda Villa-Forte, de propriedade do então brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte, um dos criadores do SNI.

Em uma perícia realizada nas duas ossadas, em 1996, médicos legistas encontraram um objeto metálico no crânio de Geraldo Ribeiro. À época foi identificado como o fragmento de um prego do próprio caixão. O legista que analisou o crânio contou à Comissão da Verdade que ficou surpreso com a informação, semanas depois da exumação dos restos mortais de Ribeiro, de que o crânio já estaria esfarelado no momento da exumação, o que impediria qualquer constatação de furo provocado por tiro.

O ofício - que tem 103 indícios, evidências, provas e testemunhos que levaram a Comissão Municipal da Verdade a declarar o assassinato de JK - foi entregue também ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa; o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros; o procurador-geral da República, Rodrigo Janot; e também o coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari.

O relatório também foi encaminhado aos procuradores da República de Volta Redonda e de Resende, Paulo Gomes Ferreira Filho e Luciana Fernandes Portal Lima Gadelha, respectivamente, que abriram inquéritos civis públicos após tomarem conhecimento das investigações sobre a morte de Juscelino conduzidas pela Comissão Municipal da Verdade.

"Juscelino Kubitschek não perdeu a vida num simples acidente de trânsito, conforme alegaram as autoridades do período militar com base em perícias feitas em 1976 e mesmo as que vieram depois. (...) JK foi vítima de conspiração, complô e atentado político ", afirmou o presidente da Comissão Municipal da Verdade Gilberto Natalini. "Agora, queremos que as autoridades federais proclamem oficialmente o assassinato de JK, para que possamos alterar de uma vez por todas essa página vergonhosa de nossa história.”

Fonte: Portal Terra

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