Secretário de Alckmin pede ao STF para retirar seu nome de inquérito do Metrô

Rodrigo Garcia
Segundo defesa, nome de Garcia aparece apenas cinco vezes no processo

 Para advogado de Rodrigo Garcia, que chefia pasta de Desenvolvimento de São Paulo, só existem contra seu cliente 'meras ilações, criações fantasiosas de alguém que pretende se beneficiar de delação premiada'

por André Richter, da Agência Brasil

São Paulo – O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Rodrigo Garcia, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a exclusão do nome dele do inquérito que apura o esquema de formação de cartel em licitações do sistema de trens e metrô da capital. Segundo a defesa, não há nenhum indício da participação do secretário nos fatos.

Na petição enviada ao relator do inquérito, ministro Marcos Aurélio, o advogado Alexandre de Morais diz que não foi apontado a participação de Garcia nos fatos durante investigação na Justiça em São Paulo. A defesa também diz que o nome do secretário aparece apenas cinco vezes nos 52 volumes do processo.

“Não há qualquer indício que possa caracterizar as necessárias elementares de qualquer tipo penal que pudesse vir a ser investigado, somente existindo meras ilações, criações fantasiosas de alguém que pretende se beneficiar de delação premiada, mas desde o início, informando não ter qualquer prova material contra o deputado federal [licenciado] Rodrigo Garcia”.

Na terça-feira (4), Marco Aurélio decidiu desmembrar o inquérito. Com a decisão, apenas os acusados que têm foro privilegiado vão responder às acusações no Supremo. De acordo com a decisão do ministro, somente os secretários estaduais de Energia, José Anibal, Edson Aparecido dos Santos, da Casa Civil, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), além de Garcia, serão processados no STF.

A parte do processo que envolve investigados que eram ligados à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ficará sob a responsabilidade da Justiça Federal de São Paulo. Nesta parte, são citados os nomes de João Roberto Zaniboni, Ademir Venâncio de Araújo e Oliver Hossepian Salles de Lima. Duas pessoas ligadas a Zaniboni também tiveram o nome incluído, assim como Arthur Gomes Teixeira.

No processo, são apurados os crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que as empresas que concorriam nas licitações do transporte público paulista combinavam os preços, formando um cartel para elevar os valores cobrados, com a anuência de agentes públicos.

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