Parreira critica organização da Copa de 2014 e apoia protestos

O coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, criticou a organização do Brasil para o Mundial.
O coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, criticou a organização do Brasil para o Mundial.
Reuters/Sergio Moraes


Carlos Alberto Parreira, ex-treinador e atual coordenador técnico da seleção brasileira de futebol, criticou duramente a organização para o Mundial e estima que o país “perdeu” uma ocasião de mostrar “um Brasil diferente”. Na entrevista concedida neste domingo (26) à rádio CBN, Parreira também manifestou apoio aos protestos dos brasileiros, que segundo ele, tem “reivindicações válidas”. “Tem muita coisa errada no Brasil”, declarou.

“A Copa não é só o estádio, o torcedor não vive dentro do estádio. Ele quer segurança, aeroporto, com conforto e facilidade. Ele sai do aeroporto e tem que pegar um carro", diz. 
"Em Londres, em Paris, duas economias avançadas, você escolhe: quero ir de trem, de metrô, de ônibus, de táxi ou com um carro pessoal. Aqui você não tem escolha”, afirmou Parreira durante a entrevista.
“A gente perdeu uma oportunidade de dar um conforto e de mostrar um Brasil diferente”, lamentou Parreira, treinador da seleção brasileira campeã de 1994. Ele também reclamou dos atrasos para as licitações dos principais aeroportos do país.

“Eu abro os jornais e vejo que o governo, ou a Embraer, vão licitar o aeroporto de Galeão, de Cumbica, a partir de março, três meses antes da Copa. É uma brincadeira, né?", ironizou Parreira ao lembrar que o Brasil foi anunciado como sede da Copa há sete anos.
Na entrevista, o atual coordenador técnico da seleção também não poupou críticas aos atrasos das obras de infraestrutura. Ele se referiu particularmente a Cuiabá, onde Ronaldo, membro Comitê Organizador Local (COL) da Copa, afirmou que o evento deixará um legado para a população.
“Só que vai ficar tudo para 2018, 2020. A gente queria para a Copa”, disse Parreira na entrevista. “Foi um descaso total”, avaliou Parreira em referência à organização do país para o evento.
Apoio aos protestos
Parreira também comentou as manifestações dos brasileiros que foram às ruas em diversas cidades do país para reclamar dos gastos da Copa do Mundo e da falta de investimentos do governo em outros setores, como saúde e educação. Mesmos sendo contra a violência nos protestos, ele apoia o movimento.
“Essas manifestações, até certo ponto, são todas muito válidas, muito propícias, muito oportunas. Elas representam o anseio da população por uma melhor qualidade de vida”, conclui.
 

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