Eduardo Azeredo, o oficial abandonado no campo de batalha

Eduardo Azeredo sempre foi um deserdado pelo grupo que se apossou do PSDB na era FHC. Era um funcionário de carreira da IBM quando convocado a entrar na política.
Tornou-se governador mineiro nas eleições de 1994 e seu mandato praticamente acabou um ano depois devido a três erros imperdoáveis.
O primeiro, foi ter acreditado nos prognósticos econômicos de consultorias ligadas ao PSDB. Em 1995 previam um crescimento do PIB – e do ICMS – similar ao ano anterior. A partir de maio era claro que o quadro se reverteria devido ao choque de juros e ao estrangulamento externo.

Lembro-me até hoje de numa entrevista ao vivo com Azeredo, pela rádio Bandeirantes. Ele anunciara aumentos expressivos dos proventos do funcionalismo. Perguntei-lhe se estava preparado para uma reversão do quadro econômico. Respondeu que seus consultores haviam garantido um crescimento de dois dígitos na arrecadação do ICMS, similar ao do ano anterior.
Em julho ele e Antônio Britto – governador do Rio Grande do Sul – estavam liquidados pela crise.
Não ficou nisso. Em dois episódios dos mais relevantes – enchentes em Minas e greve da Polícia Militar – comportou-se como, anos depois, José Serra comportar-se-ia em São Paulo: sumiu.
A insensibilidade, em um caso, a falta de coragem, em outro, cravaram-lhe de forma fulminante a imagem da pusilanimidade.
Nas eleições de 1994, foi  abandonado por FHC – assim como Mário Covas em São Paulo. Com sua proverbial deslealdade, FHC apareceu em cartazes de rua apoiando Hélio Costa em Minas e Paulo Maluf em São Paulo.
Foi o ano da desgraça definitiva de Azeredo, quando se enreda com o mensalão tucano, perde as eleições e é rebaixado para segundo plano do partido.

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