Assembleia de Minas gasta R$ 1 bi, recorde no Brasil, e prejudica 'austeridade' de Aécio
Com 77 deputados, Legislativo mineiro gasta mais que o paulista, com 94 parlamentares |
No estado comandado pelo senador e por seu sucessor, gastos do Legislativo superam orçamento da Polícia Civil e de secretarias. Dali saiu dinheiro para combustível de helicóptero apreendido com cocaína
por Helena Sthephanowitz
Pela primeira vez o orçamento anual de um legislativo estadual ultrapassou R$ 1 bilhão. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais custará R$ 1.011.775.712,00 em 2014. O valor supera o orçamento da Polícia Civil mineira (R$ 962 milhões) e o da Secretaria de Transportes e Obras (R$ 995 milhões), o que comprova haver, no mínimo, um desequilíbrio nas prioridades orçamentárias.
O recorde é nacional. O Legislativo de São Paulo, o estado com a maior economia do Brasil, gasta R$ 130 milhões a menos do que o mineiro, mesmo tendo mais deputados estaduais (94 contra 77), por ter uma população maior.
O Legislativo é um poder independente, mas as forças políticas que controlam o parlamento mineiro são alinhadas ao governo tucano desde 2003 – a exemplo do que ocorre na maioria dos estados. O gasto da Casa desconstrói o discurso de "choque de gestão" propagandeado tanto na gestão de Aécio Neves (PSDB-MG) como na de seu sucessor, o governador Antônio Anastasia (PSDB-MG).
Na prática, os governadores tucanos endossam estes custos. Aceitam o orçamento bilionário, sem maiores discussões, em troca do apoio da maioria dos deputados estaduais.
Não se discute a importância do Poder Legislativo para o equilíbrio democrático e, como qualquer órgão, precisa de uma estrutura adequada para desempenhar suas funções a contento. Mas convenhamos que há algo errado quando a Casa suga mais dinheiro público do que toda a Polícia Civil, principalmente em um estado onde a criminalidade cresceu.
Esse algo errado foi confirmado quando veio à tona a notícia de que o piloto particular do helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG) apreendido com meia tonelada de pasta de cocaína havia sido colocado como funcionário "fantasma" na Assembleia. Gastos com combustíveis da aeronave também eram pagos com dinheiro da Assembleia. Quantos outros casos semelhantes haverá, para chegar ao gasto de R$ 1 bilhão?
Só a título de comparação, o tão questionado custo da reforma do Mineirão feita pelo governo de Minas foi de R$ 666 milhões, em um processo que levou três anos. Cada legislatura da Assembleia de Minas, num período de quatro anos, acabará custando R$ 4 bilhões se mantido este ritmo. Seis Mineirões. Claro que boa parte deste dinheiro poderia ser melhor aplicada em saúde, educação, transporte, moradia, geração de emprego e segurança pública.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) é useiro e vezeiro em criticar gastos federais, mas não olha para o próprio umbigo sobre o que ocorre em Minas, onde sua influência é total. Assim fica difícil se oferecer como candidato a presidente da República, para fazer no Brasil o que o tucanato faz em Minas.
O recorde é nacional. O Legislativo de São Paulo, o estado com a maior economia do Brasil, gasta R$ 130 milhões a menos do que o mineiro, mesmo tendo mais deputados estaduais (94 contra 77), por ter uma população maior.
O Legislativo é um poder independente, mas as forças políticas que controlam o parlamento mineiro são alinhadas ao governo tucano desde 2003 – a exemplo do que ocorre na maioria dos estados. O gasto da Casa desconstrói o discurso de "choque de gestão" propagandeado tanto na gestão de Aécio Neves (PSDB-MG) como na de seu sucessor, o governador Antônio Anastasia (PSDB-MG).
Na prática, os governadores tucanos endossam estes custos. Aceitam o orçamento bilionário, sem maiores discussões, em troca do apoio da maioria dos deputados estaduais.
Não se discute a importância do Poder Legislativo para o equilíbrio democrático e, como qualquer órgão, precisa de uma estrutura adequada para desempenhar suas funções a contento. Mas convenhamos que há algo errado quando a Casa suga mais dinheiro público do que toda a Polícia Civil, principalmente em um estado onde a criminalidade cresceu.
Esse algo errado foi confirmado quando veio à tona a notícia de que o piloto particular do helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG) apreendido com meia tonelada de pasta de cocaína havia sido colocado como funcionário "fantasma" na Assembleia. Gastos com combustíveis da aeronave também eram pagos com dinheiro da Assembleia. Quantos outros casos semelhantes haverá, para chegar ao gasto de R$ 1 bilhão?
Só a título de comparação, o tão questionado custo da reforma do Mineirão feita pelo governo de Minas foi de R$ 666 milhões, em um processo que levou três anos. Cada legislatura da Assembleia de Minas, num período de quatro anos, acabará custando R$ 4 bilhões se mantido este ritmo. Seis Mineirões. Claro que boa parte deste dinheiro poderia ser melhor aplicada em saúde, educação, transporte, moradia, geração de emprego e segurança pública.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) é useiro e vezeiro em criticar gastos federais, mas não olha para o próprio umbigo sobre o que ocorre em Minas, onde sua influência é total. Assim fica difícil se oferecer como candidato a presidente da República, para fazer no Brasil o que o tucanato faz em Minas.
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