Mainardi e como o PT deixou o Brasil mais burro



Paulo Fortes, via Facebook
Diogo Mainardi. Falando bobagem desde 2005.
“Escute o conselho de seu amigo Diogo. Os números não batem. O real irá despencar. Ponha o carro à venda e compre dólares. Ponha o apartamento à venda e compre dólares. Depois me escreva agradecendo.”
Diogo Mainardi escreveu isso em janeiro de 2005, com o dólar cotado a R$ 2,66. Quem seguiu os conselhos do colunista pode ter escrito pra ele, mas certamente não foi pra agradecer.
*****
Íntegra da coluna:

O Brasil para os brasileiros
Eu tenho uma regra. Uma regra elementar. Qualquer um pode segui-la. Funciona sempre. Quando a imprensa publica repetidas reportagens sobre o aumento do turismo brasileiro para os Estados Unidos, está na hora de juntar suas economias, ir correndo até o cambista da esquina e trocar tudo por dólares. Em seis meses, seu dinheiro terá dobrado de valor. Não há a menor possibilidade de erro.
Outro dia, O Globo publicou uma reportagem dessas. Continha cinco sinais inequívocos de descalabro cambial: 1) Depois de dois anos, a loja de departamentos americana Bloomingdale’s voltou a exibir a bandeira verde-amarela em sua fachada. 2) Os vôos da Varig para os Estados Unidos estão com a lotação completa para os próximos três meses. 3) As escolas de esqui no Colorado agora oferecem cursos em português. 4) A Disney estima um crescimento de 17,2% de visitantes brasileiros em Orlando. 5) Uma vereadora do Partido Verde do Rio de Janeiro foi passar as férias com a família em Nova York e aproveitou para assistir à montagem do espetáculo A Gaiola das Loucas, na Broadway.
Trata-se da mesma vereadora cujo caminhão de som me acordou diariamente durante a última campanha eleitoral. Escute o conselho de seu amigo Diogo. Os números não batem. O real irá despencar. Ponha o carro à venda e compre dólares. Ponha o apartamento à venda e compre dólares. Depois me escreva agradecendo.
Não que haja algo de errado em querer viajar para os Estados Unidos. Pelo contrário. Quem nunca foi até lá deve pegar o primeiro avião e se mandar imediatamente. Entre viajar para os Estados Unidos e rodar pelo Brasil, é muito mais recompensador viajar para os Estados Unidos. O potencial turístico brasileiro costuma ser grandemente superestimado. Jamais seremos uma meta preferencial dos estrangeiros. O país tem pouco a oferecer. Só desembarcam aqui os turistas mais desavisados. Ou então os que buscam sexo barato.
O mundo está cheio de lugares mais atraentes que o Brasil. Da Tunísia à Croácia, da Indonésia à Guatemala. Temos muitas praias. Mas nosso mar é feio. Turvo. Desbotado. Com despejos de esgoto. Pouco peixe. Peixe ruim. Chove demais. Chove o ano todo. Não temos monumentos. Não temos ruínas arqueológicas. Nossas cidades históricas são um amontoado de casebres ordinários e igrejas com santos disformes. Não temos o que vender porque não sabemos fazer nada direito. Não temos museus.
Sou um pervertido, e teria o maior interesse em conhecer o museu da Base Aérea de Brasília, onde está exposta a taça de champanhe manchada de batom que dona Marisa usou na inauguração do avião presidencial. Mas como convencer um turista dinamarquês de que vale a pena fazer o mesmo? Nossas florestas estão sempre em chamas. Não sabemos comer. Desrespeitamos as normas básicas de higiene, contaminando os estrangeiros e a nós mesmos. Roubamos. Com um pouco de sorte, até matamos. O Brasil só serve para os brasileiros. A Embratur deveria parar de fazer propaganda enganosa sobre o país no exterior. Por falar em exterior, para onde vamos no Carnaval?

Comentários