Jango e a atualidade

Por Beto Almeida
A nacionalização da economia, a reforma agrária, a eliminação do analfabetismo (Jango havia nomeado Paulo Freire para esta tarefa ainda não realizada, em descumprimento Constituição de 1988), uma política externa anti- imperialista de cooperação com a China, Cuba, a ex- URSS, completamente confirmada pela história, realçam a atualidade das reformas de base, propostas por Jango.

O Congresso devolveu simbolicamente o mandato ao ex-presidente João Goulart, derrubado por um golpe fascista organizado pelos EUA. Mesmo sem efeitos práticos, a iniciativa dos senadores Pedro Simon e Randolfe Rodrigues faz justiça com Jango porque contribui para reescrever a história do Brasil. Diante de Dilma Rousseff, presente ao ato, o fi lho de Jango, João Vicente Goulart, acertou lembrando que o pai é ainda uma mensagem viva em defesa das reformas de base.
A nacionalização da economia, a reforma agrária, a eliminação do analfabetismo (Jango havia nomeado Paulo Freire para esta tarefa ainda não realizada, em descumprimento Constituição de 1988), uma política externa anti- imperialista de cooperação com a China, Cuba, a ex- URSS, completamente confirmada pela história, realçam a atualidade das reformas de base, propostas por Jango.
Especialmente a continuidade das políticas de Vargas, como, por exemplo, a auditoria da dívida externa realizada no calor da Revolução de 1930, que reduziu  em 50% o valor da dívida brasileira, sem respaldo em documentação real. Mesmo para os mais sectários setores da esquerda, é possível que hoje soe injusto tratar Jango apenas como um populista. A mídia do capital, que apoiou a derrubada de Jango, tenta agora reduzir o alcance do importante gesto do Senado.
Escondem-no. Mesmo a Rede Globo, que recémconfessou erro por apoio editorial à ditadura, também diminui a si mesma, ainda mais, por sua cobertura pálida do ato. O mínimo que deveria fazer – como concessionária de serviço público de radiodifusão – é divulgar a verdadeira história do ex-presidente que tanto difamou. Que tal se exibisse, nacionalmente, os filmesJango, de Silvio Tendler, Dossiê Jango, Jango em três atos, de Deraldo Goulart e O dia que durou 21 anos, de Camilo Tavares. Uma TV com mais história e verdade, ao invés da selvageria do MMA que faz escola nos estádios de futebol.

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