Gleisy Hoffmann sai de férias e dá início, na prática, à reforma ministerial

Gleisi Hoffmann
Gleisy Hoffmann será candidata ao governo do Estado do Paraná
A ministra Gleisy Hoffmann entrou de férias, nesta segunda-feira, e não deve mais retornar ao posto, o que dará início à reforma ministerial do governo Dilma Rousseff em 2014. Hoffmann reassume seu cargo de Senadora e concorrerá ao governo do Paraná, onde o PT abre a vaga de vice na chapa caso o PMDB não tenha candidato próprio ao governo do Estado. Quem afirma é o deputado André Vargas, que não acredita na possibilidade de os peemedebistas subirem no palanque do tucano Beto Richa. Segundo ele, a aliança com o PSDB não é “bem vista” pela cúpula peemedebista porque “não haveria espaço para um palanque com Beto Richa e a presidente Dilma”.
–O (vice-presidente da República) Michel Temer está sinalizando ou pela candidatura própria, ou pela coligação com a ministra Gleisi, destaca Vargas que, mais uma vez, se dispôs a disputar o Senado caso o ex-senador Osmar Dias, do PDT, não queira disputar a vaga com seu irmão, o senador tucano Alvaro Dias.

Vargas não perde a oportunidade para criticar Alvaro dizendo que pelo fato de fazer oposição ao governo Dilma Rousseff ele deixa o Estado “capenga”. Segundo ele, não se pode correr o risco de “continuar ficando capengas com a falta de um senador que represente as causas do nosso Estado”.
– Acho que um senador tem que ter utilidade para o seu Estado, senão a gente vai ficando manco – critica.
Novos desafios
Para a presidenta Dilma, a reforma ministerial representará um desafio extra, pois pela primeira vez desde o início de seu governo, ela terá de fazer várias substituições ao mesmo tempo em cadeiras ocupadas por ministros indicados pelo PT e de sua cota pessoal. Desde janeiro de 2011, quando ela assumiu o Palácio do Planalto, 21 ministros deixaram o governo, sendo apenas três deles petistas — Antonio Palocci, Luiz Sérgio e Fernando Haddad.
Até agora, quatro petistas devem deixar suas cadeiras para disputar as próximas eleições: Gleisi Hoffmann, Fernando Pimentel, Alexandre Padilha e Maria do Rosário. A maior parte das trocas nos ministérios esteve ligada a partidos aliados ao Planalto e coube às legendas negociar indicações para ocupar as cadeiras vagas. Com as trocas, este ano, Dilma chega ao último ano do mandato com menos de um terço dos nomes que começaram no governo. Dos 25 ministros, sete foram mantidos no cargo desde 2011.
A aguardada reforma ministerial deverá começar no fim deste mês, quando Dilma retornarde viagens ao exterior — dia 22 ela estará em Davos, na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial, e depois vai a Cuba para reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, no dia 26. As primeiras trocas devem acontecer na Casa Civil e na Saída, com as saídas de Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, respectivamente.
Pré-candidato ao governo de São Paulo, Padilha integra a lista de 10 ministros que mantiveram a vaga na Esplanada desde o início do governo. O ex-prefeito de Belo Horizonte e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, é outro que está no governo desde o início e deixará seu cargo. Ele deve disputar o governo de Minas.
Agenda política da semana
Terça-feira, 14 de janeiro
Primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2014 (dias 14 e 15).
Quarta-feira,15 de janeiro
CUT e demais centrais fazem em 15 de janeiro primeira reunião de planejamento das ações de 2014. A pauta de discussão das centrais inclui a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; o combate ao Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização; e o fim do fator previdenciário.
Quinta-feira,16 de janeiro
O Ministério da Saúde divulgará nova lista de aprovados do programa “Mais Médicos”, para o atendimento básico em regiões de maior carência de profissionais – o interior do País e a periferia de grandes cidades. O resultado dessa fase definirá a demanda por mais médicos estrangeiros a serem trazidos a partir de fevereiro. Espera-se que, até março, o programa tenha destinado cerca de 13 mil novos médicos às localidades indicadas como as mais desassistidas.

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