Em discurso na Celac, Dilma condena bloqueio a Cuba
A presidenta Dilma Rousseff voltou a condenar nesta terça-feira (28) as políticas de sanções impostas a Cuba pelos Estados Unidos desde 1962. Segundo ela, a participação do país caribenho nos acordos econômicos dos demais países do Caribe e da América Latina é imprescindível para a região.
“Criticamos com empenho a política de bloqueio a Cuba. Temos a convicção de que não haverá verdadeira integração econômica na América Latina e no Caribe sem Cuba”, declarou a presidenta durante discurso na 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
O evento ocorre em Havana, capital cubana, e esta foi a primeira intervenção pública da presidenta na cúpula. Na segunda-feira (27), Dilma já havia dito, durante a inauguração do Porto de Mariel, que o bloqueio é injusto. Desde sua chegada a Havana, a presidenta se encontrou com os líderes de Cuba, Raúl Castro, e da Argentina, Cristina Kirchner, além de ter se reunido com o líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro.
Ao reconhecer o êxito de Cuba na condução da presidência da Celac, Dilma disse que seu sentimento é compartilhado por todos os que “nunca se conformaram em ver Cuba excluída dos foros regionais e multilaterais”. “A presidência de Cuba na Celac mostrou mais uma vez o quanto é anacrônica essa exclusão, à qual o Brasil sempre se opôs”, declarou. No ano passado, a Organização das Nações Unidas aprovou, pela 22ª vez consecutiva, uma resolução pedindo o fim do bloqueio.
Para a presidenta brasileira, a Celac é um poderoso instrumento de aproximação entre os estados membros. “Nossos países têm aprendido a somar suas diferenças. No fundo, a Celac torna o Caribe mais latino-americano e a América Latina mais caribenha.” Segundo ela, a Cúpula é uma ferramenta valiosa para o diálogo da região com o resto do mundo, acrescentando que nos últimos anos foram estreitadas as relações dos países membros da Celac com diversos atores como a União Europeia, a China, a Rússia e o Conselho de Cooperação do Golfo.
De acordo com Dilma, os países da América Latina crescem comprometidos com a distribuição de renda e com a atração de investimentos. “Segundo dados da Cepal [Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe] e da OIT [Organização Internacional do Trabalho], o percentual de pessoas que viviam na pobreza na nossa região caiu nas últimas décadas de 48% para 28%. A pobreza extrema diminuiu de 22,6% para 11,5%”, disse.
A presidenta destacou que o objetivo da cúpula não é eliminar os acordos paralelos à organização. “A Celac não impede as relações bilaterais entre os Estados, dentro e fora da região. Pelo contrário, tem a capacidade de fortalecê-las.” Segundo ela, a união dos países fortalece projetos individuais de desenvolvimento. “Com a integração, a prosperidade de cada um transforma-se na riqueza de todos”.
Dilma terminou seu discurso dando as boas-vindas ao país que vai assumir a presidência da Celac, a Costa Rica. “O Brasil acredita na Celac”, disse.
Com Agência Brasil
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