Pesquisa do Ipea indica redução do déficit habitacional no Brasil

Pesquisa do Ipea indica redução no déficit habitacional no país 
Ipea: redução no déficit habitacional no país foi de 2,47%

Pesquisa publicada, nesta segunda-feira (25), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indica redução do déficit habitacional no país. Elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2012), o estudo mostra que o déficit de 10% do total dos domicílios brasileiros registrados em 2007 caiu para 8,53% em 2012, o que representa 5,24 milhões de residências.

Joanne Mota, no Portal Vermelho

De acordo o estudo, essa redução ocorreu ao mesmo tempo em que houve incremento do número total de domicílios. E mais, houve queda, tanto em termos absolutos quanto relativos, no que diz respeito à precariedade (rústicos ou improvisados), à situação de coabitação (famílias conviventes com a intenção de se mudar ou residentes em cômodos) e ao adensamento excessivo em imóveis locados (àqueles com mais de três habitantes utilizado o mesmo cômodo).



Outro dado apontado pela pesquisa indica que o déficit brasileiro é majoritariamente urbano – 85% do total –, restando à área rural um número aproximado de 742 mil famílias nesta condição em 2012. É interessante destacar que enquanto o déficit urbano praticamente manteve-se estável neste período, o rural caiu em aproximadamente 25%.



Fonte: Ipea


Pelo Brasil

O Ipea ainda constatou que pelo Brasil o comportamento geral foi de queda, mas em diferentes níveis. A Unidade da Federação com maior número de domicílios em situação de déficit é o estado de São Paulo (1,12 milhão).  Outro aspecto importante refere-se à participação do déficit metropolitano no déficit total dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, concentrando mais que 50% do total estadual em ambos.

As regiões Sudeste e Sul apresentam os menores déficits relativos do país, apesar do  estado de São Paulo, como destacado anteriormente, apresentar o maior déficit em termos absolutos. Os valores absolutos elevados decorrentes da concentração populacional levam estas duas regiões, somadas, a ter aproximadamente 50% do déficit total brasileiro (39% para o Sudeste e 11% para o Sul). Em ambas houve redução do déficit relativo e absoluto em todos os estados (Tabela 5, Figura 2 e 3), com exceção de São Paulo, onde o déficit absoluto ficou praticamente estável (1,106 milhões de domicílios em 2007 e 1,113 milhões em 2012). Em termos de redução do déficit relativo, destaque para os estados do Rio Grande do Sul (decréscimo de cerca de 32%) e Espírito Santo (26,1%).

No Centro-Oeste, à exceção do Mato Grosso do Sul, houve aumento do déficit absoluto.Em termos absolutos o déficit total de 420 mil domicílios (que representa 8% do déficit brasileiro em 2012) concentra-se no estado de Goiás e no Distrito Federal, com respectivamente 38% e 28% deste total. Em termos relativos, o déficit no DF atinge aproximadamente 14% do total dos domicílios em 2012, enquanto nos demais estados este valor é em média de 7,6%.

No Nordeste do país, o déficit atinge aproximadamente 1,61 milhão de domicílios, concentrados principalmente nos estados do Maranhão (25% do total) e Bahia (22%), além do Ceará e de Pernambuco, ambos com aproximadamente 15% do total da região. O Maranhão também é destaque no déficit relativo, com cerca de 21% do total de domicílios no estado. Apenas os estados do Rio Grande do Norte e Sergipe mantiveram índices crescentes.

No que se refere à região Norte, os estados de Roraima, Acre, Amazonas e Roraima apresentaram alta do déficit habitacional. A pesquisa ainda sinalizou que o déficit total dessa região é de 536 mil domicílios, sendo que Pará e Amazonas tinham aproximadamente 73% do déficit total na região no ano de 2012. No entanto, apesar desta concentração, observa-se que estes estados tiveram comportamentos distintos quanto à evolução do déficit no período.  Enquanto o Pará reduziu o déficit absoluto em 11,8% e o relativo em 24,2%, o estado do Amazonas teve um incremento do déficit total de 13,6%, não  gerando impacto no déficit relativo.

Conheça o relatório da pesquisa.

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