Comissão da Verdade em SP repudia invasão de ossário
Tuca Vieira/Revista Brasileiros
Obra de Celso Sim e Anna Ferrari que fazia referência à ditadura militar, vandalizada após invasão no cemitério do Araçá, em SP
No local estão as 1046 ossadas encontradas no Cemitério Dom Bosco, em Perus, entre as quais restos mortais de desaparecidos políticos e vítimas do Esquadrão da Morte
por Redação — publicado 05/11/2013
A Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva divulgou na noite desta segunda-feira 4 uma nota de repúdio aos atos de vandalismo no Ossário Geral do Cemitério do Araça, na zona oeste de São Paulo. Na madrugada do domingo 3, um grupo não identificado invadiu o local por volta das 7 horas e destruiu elementos da instalação “Penetrável Genet - Experiência Araçá”, de autoria dos artistas Anna Ferrari e Celso Sim. A obra tematiza a questão dos mortos e desaparecidos políticos da ditadura. No ossário estão as 1.046 ossadas encontradas no Cemitério Dom Bosco, em Perus, entre as quais restos mortais de desaparecidos políticos e vítimas do Esquadrão da Morte.
O ato de vandalismo ocorreu logo após o Ato Ecumênico “Pelo dever e pelo direito de sepultar os mortos”, uma homenagem às vítimas da ditadura militar, que foi realizado pelo movimento por memória, verdade e justiça, em 2 de novembro, Dia dos Finados. A abertura da exposição foi adiada para esta terça-feira 5 às 12 horas.
O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Rogério Sotilli, classificou a ação como um "vandalismo injustificável". Em entrevista, Sotilli disse analisar a necessidade de pedir ajuda à Polícia Federal para investigar o caso. Ele afirmou também que está em contato com o presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Presidência da República, Marco Antônio Barbosa, para criar um grupo de antropologia forense que identifique essas ossadas.
"É um fato que reflete a situação extremamente delicada de como tratar essa questão das ossadas e dos desaparecidos", disse o secretário.
Leia a íntegra da nota de repúdio da Comissão Estadual da Verdade:
A Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” vem a público manifestar seu repúdio à invasão do Ossário Geral do Cemitério do Araçá, ocorrida na madrugada deste domingo (3/11), quando foram destruídos elementos da instalação “Penetrável Genet / Experiência Araçá”, de autoria dos artistas Anna Ferrari e Celso Sim, que tematiza a questão dos mortos e desaparecidos políticos da ditadura.
Além da destruição dos monolitos de mármore que integravam a instalação, três sacos plásticos contendo ossadas foram abertos e o conteúdo foi espalhado, o que configura, além de crime, um enorme desrespeito com os restos mortais depositados nas gavetas violadas.
Vale ressaltar que esse ato de vandalismo ocorreu logo após o Ato Ecumênico “Pelo dever e pelo direito de sepultar os mortos”. Tratou-se de uma linda homenagem às vítimas da ditadura militar, que foi realizado pelo movimento por memória, verdade e justiça, em 2 de novembro, Dia dos Finados, exatamente no mesmo Cemitério do Araçá.
Essa violência é inaceitável. As autoridades competentes devem apurar com rigor e urgência as circunstâncias e os responsáveis por essa conduta criminosa, que afetou não somente a instalação artística, mas também constituiu uma afronta à consolidação da democracia e ao respeito integral aos direitos humanos.
Diante da gravidade do ocorrido, convocamos todas e todos para estarem presentes no ato de repúdio que será realizado no dia 5 de novembro, terça-feira, às 12h, no Ossário Geral do Cemitério do Araçá. Nesse ato, também será inaugurada a obra “Penetrável Genet / Experiência Araçá”.
Pedimos que circulem em suas redes a presente nota e divulguem o mais amplamente este chamado.
Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva
Deputado Estadual Adriano Diogo – Presidente
Comissão da Verdade da Câmara Municipal
Vereadora Juliana Cardoso
Vereador Gilberto Natalini
CPMVJ - Comitê Paulista, Comitê Paulista Pela Memória, Verdade e Justiça
Obra de Celso Sim e Anna Ferrari que fazia referência à ditadura militar, vandalizada após invasão no cemitério do Araçá, em SP
No local estão as 1046 ossadas encontradas no Cemitério Dom Bosco, em Perus, entre as quais restos mortais de desaparecidos políticos e vítimas do Esquadrão da Morte
por Redação — publicado 05/11/2013
A Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva divulgou na noite desta segunda-feira 4 uma nota de repúdio aos atos de vandalismo no Ossário Geral do Cemitério do Araça, na zona oeste de São Paulo. Na madrugada do domingo 3, um grupo não identificado invadiu o local por volta das 7 horas e destruiu elementos da instalação “Penetrável Genet - Experiência Araçá”, de autoria dos artistas Anna Ferrari e Celso Sim. A obra tematiza a questão dos mortos e desaparecidos políticos da ditadura. No ossário estão as 1.046 ossadas encontradas no Cemitério Dom Bosco, em Perus, entre as quais restos mortais de desaparecidos políticos e vítimas do Esquadrão da Morte.
O ato de vandalismo ocorreu logo após o Ato Ecumênico “Pelo dever e pelo direito de sepultar os mortos”, uma homenagem às vítimas da ditadura militar, que foi realizado pelo movimento por memória, verdade e justiça, em 2 de novembro, Dia dos Finados. A abertura da exposição foi adiada para esta terça-feira 5 às 12 horas.
O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Rogério Sotilli, classificou a ação como um "vandalismo injustificável". Em entrevista, Sotilli disse analisar a necessidade de pedir ajuda à Polícia Federal para investigar o caso. Ele afirmou também que está em contato com o presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Presidência da República, Marco Antônio Barbosa, para criar um grupo de antropologia forense que identifique essas ossadas.
"É um fato que reflete a situação extremamente delicada de como tratar essa questão das ossadas e dos desaparecidos", disse o secretário.
Leia a íntegra da nota de repúdio da Comissão Estadual da Verdade:
A Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” vem a público manifestar seu repúdio à invasão do Ossário Geral do Cemitério do Araçá, ocorrida na madrugada deste domingo (3/11), quando foram destruídos elementos da instalação “Penetrável Genet / Experiência Araçá”, de autoria dos artistas Anna Ferrari e Celso Sim, que tematiza a questão dos mortos e desaparecidos políticos da ditadura.
Além da destruição dos monolitos de mármore que integravam a instalação, três sacos plásticos contendo ossadas foram abertos e o conteúdo foi espalhado, o que configura, além de crime, um enorme desrespeito com os restos mortais depositados nas gavetas violadas.
Vale ressaltar que esse ato de vandalismo ocorreu logo após o Ato Ecumênico “Pelo dever e pelo direito de sepultar os mortos”. Tratou-se de uma linda homenagem às vítimas da ditadura militar, que foi realizado pelo movimento por memória, verdade e justiça, em 2 de novembro, Dia dos Finados, exatamente no mesmo Cemitério do Araçá.
Essa violência é inaceitável. As autoridades competentes devem apurar com rigor e urgência as circunstâncias e os responsáveis por essa conduta criminosa, que afetou não somente a instalação artística, mas também constituiu uma afronta à consolidação da democracia e ao respeito integral aos direitos humanos.
Diante da gravidade do ocorrido, convocamos todas e todos para estarem presentes no ato de repúdio que será realizado no dia 5 de novembro, terça-feira, às 12h, no Ossário Geral do Cemitério do Araçá. Nesse ato, também será inaugurada a obra “Penetrável Genet / Experiência Araçá”.
Pedimos que circulem em suas redes a presente nota e divulguem o mais amplamente este chamado.
Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva
Deputado Estadual Adriano Diogo – Presidente
Comissão da Verdade da Câmara Municipal
Vereadora Juliana Cardoso
Vereador Gilberto Natalini
CPMVJ - Comitê Paulista, Comitê Paulista Pela Memória, Verdade e Justiça
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