Tática 'dois em um' de Marina e Campos beneficia Dilma, avaliam líderes

Aliança Marina-Campos rouba a cena durante reunião da presidenta com líderes partidários do Congresso
por Hylda Cavalcanti publicado 08/10/2013 10:25, última modificação 08/10/2013 12:18

FABIO R. POZZEBOM / ABR
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O líder do PT na Câmara, José Guimarães, fala à imprensa após reunião com Dilma Rousseff: eleições 2014 na pauta



Brasília – Após um encontro com a presidenta Dilma Rousseff, previsto para durar pouco mais de 60 minutos, mas que se estendeu por quase três horas, parlamentares que lideram legendas da base aliada no Congresso avaliaram, , num discurso uníssono, é que a movimentação do xadrez político dos últimos dias torna mais favoráveis as chances para a reeleição de Dilma, pelo fato de ter sido reduzido o número de candidatos da oposição.



“Antes tínhamos Marina e Eduardo e agora os dois são um só”, afirmou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), mesmo quando questionado se isso não ampliaria o número de eleitores da chapa a ser encabeçada pelo governador de Pernambuco e pela ex-senadora. “O que estamos avaliando é que, quanto menos candidaturas, maiores são as chances da presidenta” colocou o deputado, ao lembrar que antes, estavam previstas as candidaturas, no próximo ano, do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), do senador Aécio Neves (PSDB-MG), de Campos e de Marina. “O quadro (de candidatos) agora será bem melhor”, colocou.

Mais Médicos
Durante o encontro ficou acertado ainda um acordo entre a base aliada para que a MP do programa Mais Médicos seja votada nesta terça-feira (8), com a retirada da pauta da proposta de minirreforma eleitoral – que está trancando as votações em plenário.

Participaram da reunião, ao lado da presidenta, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha e as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Por parte dos deputados, estiveram presentes Arlindo Chinaglia (PT-SP); Eduardo Cunha (PMDB-RJ); Eduardo da Fonte (PP-PE); Alice Portugal (PCdoB-BA), Jovair Arantes (PTB-GO), Marcos Rogério (PDT-RO) e Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), além de José Guimarães (PT-CE).

Orçamento
Após se reunir com líderes da base aliada na Câmara, a presidenta recebeu os líderes do Senado para continuar debatendo as votações que terão impacto nos recursos e serviços para a saúde.

Após a conversa, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que há um “sentimento positivo” para que seja votada a PEC do Orçamento Impositivo, que torna obrigatória a liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União. O texto tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e será votado também hoje. A proposta, porém, preocupa setores do governo e já foi objeto de declarações bombásticas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que sua aplicação poderia vir a prejudicar de maneira drástica o equilíbrio da União.

Além de garantir a execução orçamentária e financeira das emendas até o total de 1% da receita corrente líquida do ano anterior, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 22A/2000 cria uma fonte de financiamento estável para a saúde pública. Emendas apresentadas por senadores à matéria preveem a destinação de metade dos recursos das emendas individuais a gastos com ações e serviços de saúde.

Para o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da matéria, a PEC contém avanços positivos para que sejam criados mecanismos de financiamento da saúde. “Haverá amanhã uma grande negociação para votarmos essa PEC na CCJ do Senado apontando para uma aprovação, se Deus quiser na Câmara dos Deputados, criando novos mecanismos para a saúde pública brasileira”, disse.

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