Serra diz que decisão do partido sobre eleição só ocorrerá em março

Serra disse o partido definirá a questão eleitoral no começo do ano que vem Foto: Daniel Favero / Terra
Serra disse o partido definirá a questão eleitoral no começo do ano que vem
Foto: Daniel Favero / Terra

Do Portal Terra


Apesar da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à presidência da República ser quase certa, o ex-governador de São Paulo José Serra dá sinais de que ainda está no páreo pela cabeça da chapa tucana. Nesta quarta-feira, ele esteve em Porto Alegre, onde falou com uma plateia de empresários sobre os desafios do Brasil para os próximos anos.



"O PSDB disse com clareza, o próprio Aécio Neves declarou isso, que esta é uma decisão para ser tomada em março, ou a partir de março", disse Serra ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de uma candidatura sua para o ano que vem. "Vou estar com a candidatura do meu partido", completou.

Serra preferiu não projetar o cenário político eleitoral para o próximo ano, mas se disse surpreendido com a filiação de Marina Silva ao PSB de Eduardo Campos, após a Justiça rejeitar a criação de seu partido, a Rede. "Quem disser que sabe o que vai acontecer no ano que vem não está compreendendo nada, não há pressa para isso", afirmou. "Eu falei que vou trabalhar para que houvesse uma alternativa para derrotar o PT e oferecer ao Brasil outro rumo".

Apesar de dizer que não sabe o que vai acontecer no ano que vem, ele afirma saber quais serão os desafios brasileiros que serão enfrentados pelo próximo governante da nação. "O quadro eleitoral está indefinido, mas a herança dos problemas está definida. Temos ao menos 10 grandes problemas que o próximo presidente reeleito, apesar de eu esperar que venha de fora, tem essas questões postas: os problemas graves de infraestrutura, o desequilíbrio externo, a área fiscal, a área da saúde, da educação, da inflação", disse.

O programa Mais Médicos, do governo federal, foi classificado pela tucano como "cortina de fumaça". "Quando chegarmos mais adiante vamos ter que enfrentar a questão verdadeira, que é o governo federal ter reduzido sua participação na saúde de 53% para 44%, jogando esses encargos nas costas dos Estados e municípios que não têm condições para isso."

Falando sobre a troca-troca de filiação partidária, às vésperas da data limite para a participação do processo eleitoral do ano que vem, Serra disse que foi procurado pelo PPS, mas decidiu se manter onde estava, e criticou as mudanças, acusando o governo de não tomar para si a responsabilidade de evitar isso.

"Não me lembro de um comércio, de um troca-troca com as características que houve agora recentemente. Não me lembro de nada parecido, agravou de tal maneira a quantidade que prejudicou a qualidade. O governo também não se dispôs a dar batalha contra isso, de alguma forma, o governo foi cúmplice dessas distorções", criticou.

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