Mujica sobre Farc: "Vale a pena transformar guerra em política"
No último domingo (29/10), o presidente do Uruguai, José Mujica, pediu que a soberania jurídica colombiana fosse respeitada em relação aos diálogos de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP). Em entrevista para o jornal El Tiempo, o mandatário reafirmou sua disposição para colaborar nos processos pelo fim do conflito armado com as Farc e comentou sua possível participação nas negociações com o Exército de Liberação Nacional (ELN).
EFE/El Tiemp
O presidente José Mujica passou 14 anos preso durante a ditadura militar no Uruguai, por fazer parte de um grupo guerrilheiro.
O jornalista Daniel Valero, que realizou a entrevista durante um intervalo na 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, conta que o presidente uruguaio foi pausado, analítico e pragmático ao falar sobre as negociações de paz.
“A Colômbia é livre para traçar o seu caminho”, disse Mujica, que afirmou que os latino-americanos não devem permanecer neutros diante do problema colombiano, mas que também não podem se intrometer nas decisões. “Devemos colaborar com o que for possível para tornar esse processo chegue a uma conclusão seguro”, completou.
Segundo ele, “o conflito colombiano não convém nem ao Brasil, nem à Venezuela, nem ao Equador. Não convém a ninguém”. Mujica disse também que isso é “uma coisa muito séria e mais séria ainda para a Colômbia, pois há gerações de pessoas que não conhecem a paz”.
“A guerra não pode ser componente da cultura de nenhuma nação”, afirmou o mandatário. Durante a entrevista, ele ressaltou que acredita na força e nos recursos colombianos para fomentar um ambiente de paz.
Para Mujica, a guerra tem três caminhos: “Ou algum dos autores abandona o cenário, ou um deles ocupa totalmente, ou se desemboca em um processo de paz através de uma negociação política”.
“Vale a pena transformar em política o que era uma guerra”, disse ele, que completou: “A pior transação é melhor que uma guerra má. Uma guerra que leva tantos anos se transforma em uma ferida crônica”.
Sobre qual seria o papel do Uruguai nos diálogos, o chefe de Estado confirmou que ofereceu o território do país para “qualquer negociação que possa aparecer, bem como se ofereceu para participar em alguma diligência que a Colômbia necessite”.
“Sou um veterano, nada mais. Não sou um mago. Vejo um problema político essencial e tenho que ajudar no que puder. Sei que essas coisas não são fáceis, porque existe muito preconceito, prevenção, medo e ainda muitas partes que não estão na mesa de negociação, mas que têm seus pontos de vista”, afirmou Mujica.
Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações do jornal colombiano El Tiempo
EFE/El Tiemp
O presidente José Mujica passou 14 anos preso durante a ditadura militar no Uruguai, por fazer parte de um grupo guerrilheiro.
O jornalista Daniel Valero, que realizou a entrevista durante um intervalo na 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, conta que o presidente uruguaio foi pausado, analítico e pragmático ao falar sobre as negociações de paz.
“A Colômbia é livre para traçar o seu caminho”, disse Mujica, que afirmou que os latino-americanos não devem permanecer neutros diante do problema colombiano, mas que também não podem se intrometer nas decisões. “Devemos colaborar com o que for possível para tornar esse processo chegue a uma conclusão seguro”, completou.
Segundo ele, “o conflito colombiano não convém nem ao Brasil, nem à Venezuela, nem ao Equador. Não convém a ninguém”. Mujica disse também que isso é “uma coisa muito séria e mais séria ainda para a Colômbia, pois há gerações de pessoas que não conhecem a paz”.
“A guerra não pode ser componente da cultura de nenhuma nação”, afirmou o mandatário. Durante a entrevista, ele ressaltou que acredita na força e nos recursos colombianos para fomentar um ambiente de paz.
Para Mujica, a guerra tem três caminhos: “Ou algum dos autores abandona o cenário, ou um deles ocupa totalmente, ou se desemboca em um processo de paz através de uma negociação política”.
“Vale a pena transformar em política o que era uma guerra”, disse ele, que completou: “A pior transação é melhor que uma guerra má. Uma guerra que leva tantos anos se transforma em uma ferida crônica”.
Sobre qual seria o papel do Uruguai nos diálogos, o chefe de Estado confirmou que ofereceu o território do país para “qualquer negociação que possa aparecer, bem como se ofereceu para participar em alguma diligência que a Colômbia necessite”.
“Sou um veterano, nada mais. Não sou um mago. Vejo um problema político essencial e tenho que ajudar no que puder. Sei que essas coisas não são fáceis, porque existe muito preconceito, prevenção, medo e ainda muitas partes que não estão na mesa de negociação, mas que têm seus pontos de vista”, afirmou Mujica.
Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações do jornal colombiano El Tiempo
Comentários