A história futebolística de Mauro Emanuel Icardi, nascido na cidade argentina de Rosario e fruto das camadas de formação do Barcelona, é muito parecida com a de Lionel Messi.
O avançado de 20 anos, que joga actualmente no Inter de Milão, apresentou-se nesta terça-feira pela primeira vez na selecção argentina, com a qual disputará as partidas contra o Peru em Buenos Aires e diante do Uruguai em Montevidéu, que fecham a qualificação sul-americana para o Mundial de 2014 no Brasil, para a qual a equipa alvi-celeste já está apurada.
Uma das razões da chamada de Icardi pelo seleccionador Alejandro Sabella deve-se justamente à dispensa de Messi, por lesão.
A outra é o interesse da Federação argentina em ver o jovem entrar em campo com a camisola da selecção principal, garantindo, assim, que ele não possa jogar pela selecção italiana, cujo técnico, Cesare Prandelli, não escondia o desejo de o naturalizar.
“Eu sou argentino e seria um sonho jogar com Messi”, disse Icardi quando perguntado sobre sua escolha.
Aos 15 anos, o jogador já teve de dizer não à Espanha, outra selecção que queria contar com seu talento.
Icardi é mais um produto de Rosario, assim como Messi, considerado por quatro vezes o melhor jogador do mundo.Mauro nasceu nessa cidade, 310 quilómetros a norte de Buenos Aires, um rico pólo agro-industrial e considerada uma histórica
escola de grandes jogadores do futebol argentino.
Tal como ‘A Pulga’, Icardi mudou-se para a Espanha com a família à procura de um futuro melhor. Tinha apenas seis anos.
Nas camadas jovens do Unión Deportiva Vecindario, nas Ilhas Canárias, Icardi marcou muitos golos.
“Ele apontou 500 golos em Vecindario, e isto não é um mito”, revelou o seu empresário, Abiám Morano.
Tanta qualidade ofensiva acabou por chamar a atenção dos gigantes Barcelona e Real Madrid. Valência, Sevilha, Espanyol e Liverpool foram algumas outras das equipas que se interessaram pelo jovem promissor.
No fim, os catalães ganharam a corrida e acabaram por levar Icardi para La Masía, a escolinha do Barça.
“La Masía ajudou-me muito, não só a nível futebolístico. Ajudou-me na escola e a crescer diariamente como pessoa. Às vezes íamos treinar com o Leo [Messi]”, lembrou o jogador.
Mas o destino de Icardi não foi jogar e brilhar pela equipa principal do Barcelona. Mudou-se para Itália, onde alinhou pela Sampdoria, marcando 32 golos na primeira temporada pela equipa sub-20 da formação de Génova.
As boas exibições em Itália abriram-lhe a porta das selecções jovens da Argentina. Em 2012, pela selecção sub-20, venceu o Campeonato internacional de Valencia, sendo o melhor marcador da competição, em que a equipa sul-americana derrotou a Espanha.
A Sampdoria, porém, não aceitou cedê-lo para o campeonato sul-americano sub-20 de Mendonza, no qual os argentinos acabaram por falhar a qualificação para o Mundial de 2013, na Turquia. “Fiquei magoado, eu queria estar na Turquia”, declarou na altura.
Bem mais alto do que Messi – mede 1,81m, mais 12cm do que compatriota –, Icardi conduz a bola com naturalidade e gosta de jogar na área adversária.
Após ajudar a Sampdoria a voltar à Série A italiana, acabou por se transferir para o Inter de Milão por 13 milhões de euros, onde espera um dia conseguir tirar ao ídolo Messi o título de melhor jogador do mundo.
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