Marineiro de primeira viagem, Sirkis ataca ex-ministra: “reage mal a críticas”
por Rodrigo Vianna
Para a Democracia brasileira, seria melhor ter o partido de Marina legalizado. A “Rede” é o escoadouro natural de uma importante fatia do eleitorado brasileiro, ainda que a adesão a Marina e à “Rede” tenha um componente de ‘contra tudo que está aí’ que me parece infantil e joga contra os avanços democráticos a duras penas conquistados no Brasil nas últimas 3 décadas. Mas o fato é que a “Rede” não conseguiu as assinaturas, e ponto. Arrogância ou inoperância política?
Conheço gente de boa fé que está ao lado de Marina e da “Rede”. Gente que age por convicção, não por oportunismo. Por tudo isso, respeito a tentativa de criação do partido - ainda que discorde radicalmente dessa negação da institucionalidade que parece contaminar o discurso de tantos adeptos da ex-ministra. Na verdade, trata-se de uma mistificação, na medida em que a “Rede” (o tal “partido que não é partido”, ou o “horizontal contra os vícios da verticalidade” – sei, sei) lá estava no TSE, à espera da chancela institucional que não houve…
Mas o curioso é ver a avaliação feita por um marineiro de primeira viagem, Alfredo Sirkis. Ele é ácido, direto, e lança uma pá de cal na imagem de que Marina seria a “reserva moral” de um país que chafurda na lama. Imagem falsa, mistificadora… Ex-guerrilheiro, ex-verde, e a essa altura um quase ex-marineiro, Sirkis teria mantido uma conversa ríspida com Marina nos momentos seguintes à recusa do TSE em dar o registro ao partido. Leiam a avaliação de Sirkis sobre Marina e a Rede:
“[Marina] comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ‘ad hoc’ e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos lideres populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d’alma que em geral eles não têm.
Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV.”
Pra completar, ele ataca o messianismo religioso que parece, cada vez mais, dirigir as ações dessa respeitável ex-ministra e ex-senadora petista:
“Para mim não foi surpresa alguma, nunca foi uma questão de fé –Deus não joga nesta liga– mas de lucidez e conhecimento baseado na experiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta que se não tivéssemos uma a uma as assinaturas certificadas, carimbadas, validadas pela repartição cartórios de zonas eleitorais íamos levar bomba.”
Para a Democracia brasileira, seria melhor ter o partido de Marina legalizado. A “Rede” é o escoadouro natural de uma importante fatia do eleitorado brasileiro, ainda que a adesão a Marina e à “Rede” tenha um componente de ‘contra tudo que está aí’ que me parece infantil e joga contra os avanços democráticos a duras penas conquistados no Brasil nas últimas 3 décadas. Mas o fato é que a “Rede” não conseguiu as assinaturas, e ponto. Arrogância ou inoperância política?
Conheço gente de boa fé que está ao lado de Marina e da “Rede”. Gente que age por convicção, não por oportunismo. Por tudo isso, respeito a tentativa de criação do partido - ainda que discorde radicalmente dessa negação da institucionalidade que parece contaminar o discurso de tantos adeptos da ex-ministra. Na verdade, trata-se de uma mistificação, na medida em que a “Rede” (o tal “partido que não é partido”, ou o “horizontal contra os vícios da verticalidade” – sei, sei) lá estava no TSE, à espera da chancela institucional que não houve…
Mas o curioso é ver a avaliação feita por um marineiro de primeira viagem, Alfredo Sirkis. Ele é ácido, direto, e lança uma pá de cal na imagem de que Marina seria a “reserva moral” de um país que chafurda na lama. Imagem falsa, mistificadora… Ex-guerrilheiro, ex-verde, e a essa altura um quase ex-marineiro, Sirkis teria mantido uma conversa ríspida com Marina nos momentos seguintes à recusa do TSE em dar o registro ao partido. Leiam a avaliação de Sirkis sobre Marina e a Rede:
“[Marina] comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ‘ad hoc’ e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos lideres populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d’alma que em geral eles não têm.
Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV.”
Pra completar, ele ataca o messianismo religioso que parece, cada vez mais, dirigir as ações dessa respeitável ex-ministra e ex-senadora petista:
“Para mim não foi surpresa alguma, nunca foi uma questão de fé –Deus não joga nesta liga– mas de lucidez e conhecimento baseado na experiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta que se não tivéssemos uma a uma as assinaturas certificadas, carimbadas, validadas pela repartição cartórios de zonas eleitorais íamos levar bomba.”
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