Luiza Erundina quer PSB longe de Alckmin

A deputada federal e ex-prefeita da capital defende que seu partido entre na campanha estadual de 2014 com um candidato próprio
Luiza Erundina defende que seu partido (PSB) se afaste do governador Geraldo Alckmin (PSDB) (Foto: Divulgação)
 por Agência Estado
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Uma das principais puxadoras de votos do PSB em São Paulo, a deputada federal e ex-prefeita da capital Luiza Erundina defende que seu partido se afaste do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e entre na campanha estadual de 2014 com um candidato próprio. Antes isolada do comando da sigla, que é presidida no Estado pelo deputado federal Márcio França, ela ganhou força e destaque depois da aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, de quem é amiga pessoal.

As duas conversaram longamente na segunda-feira, 07. "Acredito que, com a entrada da Rede no PSB, cresce a tese da candidatura própria. A discussão em São Paulo se retoma no marco zero", disse Erundina. A posição da deputada é defendida por outros membros da direção nacional do PSB, mas enfrenta resistência dos dirigentes locais. Até o acordo Marina-Campos, estava praticamente acertado que o partido apoiaria Alckmin no seu projeto de reeleição.

O problema é que a Rede já afirmou ter restrições de apoiar candidatos tanto do PSDB quanto do PT, o que pode trazer problemas para a composição de alianças regionais. A chapa dos sonhos dos marineiros para o governo paulista seria encabeçada por Walter Feldman e teria o vereador Ricardo Young (PPS) como vice. "Em São Paulo, havia essa tendência, defendida pelo Márcio França, de se aliar com Alckmin e ter o Márcio como vice. Isso tudo não foi fruto de reuniões e decisões formais, mas era o que se sentia no PSB", afirmou Erundina.

A deputada avalia que é cedo para falar em nomes, mas reservadamente os integrantes do PSB que defendem essa tese apresentam três opções: a própria Erundina, França e o deputado federal Walter Feldman. Ex-tucano, ele passou a dividir com França o comando do diretório por indicação da Rede. A primeira reunião entre os membros da Rede e do PSB paulista será na manhã desta sexta, 11.

Luiza Erundina defende que seu partido (PSB) se afaste do governador Geraldo Alckmin (PSDB) (Foto: Divulgação)

Luiza Erundina defende que seu partido (PSB) se afaste do governador Geraldo Alckmin (PSDB) (Foto: Divulgação)

Ex-petista, Erundina faz coro com os dirigentes da Rede e se diz incomodada com a aproximação do PSB com políticos como Jorge Bornhausen, Ronaldo Caiado e Heráclito Fortes, que historicamente são antagonistas dos partidos de esquerda. "Essas alianças já não eram uma questão tranquila no âmbito do PSB. É evidente que me senti desconfortável com a filiação de Jorge Bornhausen. Sou uma entusiasta da candidatura do Campos à Presidência, mas essas alianças heterodoxas não têm meu apoio", afirmou ela.

Depois de anos isolada da direção do partido, Erundina foi a única parlamentar do PSB que teve espaço no programa de TV da sigla exibido nesta quinta-feira, 10. No dia do anúncio do apoio a Campos, sentou-se ao lado de Marina no centro da mesa. Apesar da amizade com Marina, a deputada disse que é ainda é precoce o debate sobre quem será o candidato presidencial do PSB.

Aceno tucano - Alckmin deve encontrar França no fim de semana para discutir a aliança no Estado. Além disso, o governador já começou a costurar com o PSB uma visita de Campos ao Palácio dos Bandeirantes na semana que vem. A proposta é montar uma agenda administrativa para reforçar a parceria dos governadores. Depois disso, os dois devem se reunir para negociar a situação dos partidos.

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