Funcionário da Inteligência brasileira é exonerado após acusação de colaborar com a CIA


Documentos obtidos por Snowden revelaram que a presidente Dilma Rousseff, seus assessores e a Petrobras foram espionados

The Guardian/AFP

Acusado teve promessa de posto diplomático na embaixada dos Estados Unidos em Brasília

Um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi exonerado por ser suspeito de enviar informações secretas para a CIA, segundo publicou neste domingo (27) o jornal O Estado de São Paulo.

O funcionário da Abin, que dirigiu a subunidade da Abin em Foz do Iguaçu até meados de 2011, teria sido cooptado no ano seguinte por um agente americano com a promessa de um posto diplomático na embaixada dos Estados Unidos em Brasília, revelou o jornal.


Os Estados Unidos buscariam dados sobre a atuação nacional na Tríplice Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina, e sobre os informantes do governo na região. Após trabalhar na subunidade, o agente da Abin assumiu a superintendência de Manaus, de onde passou a acessar documentos secretos de Foz de Iguaçu que não tinha permissão para ver, o que levantou suspeitas.

As provas do comportamento inadequado do agente começaram a ser obtidas durante a primeira semana de agosto de 2012. Nesta época, o funcionário da Abin se reuniu em um restaurante de Curitiba com o agente da CIA e ambos combinaram se encontrar dias depois em Foz de Iguaçu, quando o brasileiro apresentaria uma pessoa que poderia ajudar o americano a obter mais informações.

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De acordo com o jornal, o agente americano não se apresentou no dia estipulado pois de alguma forma os EUA sabiam que o funcionário da Abin tinha sido descoberto. O Itamaraty confirmou que o americano deixou o Brasil em 12 de agosto de 2012.

O brasileiro foi exonerado oficialmente em 17 de dezembro do ano passado, mas a Abin não abriu um processo administrativo contra o analista para evitar desgaste do órgão.

Documentos obtidos pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden, revelaram que o órgão de inteligência americano espionou as conversas por e-mail e telefônicas da presidente Dilma Rousseff, de seus assessores e da Petrobras.

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