Forbes coloca quatro brasileiros como candidatos a sucessor de Steve Jobs
Jornal GGN
A edição de outubro da revista Forbes, a publicação conhecida mundialmente pela elaboração das listas das pessoas mais ricas do mundo, revelou cinco nomes de brasileiros os quais destaca que podem se tornar os sucessores de Steve Jobs em termos de inovação. Em sua maioria, são jovens que arriscaram carreiras consolidadas por projetos inovadores, mas que agora deslancham no sucesso e no excelente retorno financeiro.
O primeiro da lista é Roger Koppel, de 25 anos, criador da Ugreen, uma iniciativa dedicada a mudar o cenário da reciclagem no Brasil. Segundo o jovem, mais de US$ 3,5 bilhões são desperdiçados no país com produtos que, nas palavras dele, poderiam “simplesmente ser reciclados”. Em formato de cooperativa, a organização já assinou seu primeiro projeto com a Cushman & Wakefield.
Outro nome da lista é Wildiner Estainer Batista, estudante de engenharia na Unicamp. O destaque, nesse caso, se dá em sua trajetória pessoal: de selecionador de grãos de café, durante a sua infância, a trabalhador da construção civil, na adolescência, Batista obteve a melhor nota no vestibular da universidade, considerada uma das principais do país. Agora, ele se prepara tentar ser aceito na Universidade de Stanford como estudante de intercâmbio.
Já o manauara Gabriel Benarrós, fundador da startup Ingresse, estudou na Universidade de Stanford e voltou ao Brasil para fundar a que já é considerada a maior plataforma de venda de ingressos do Brasil. Em pouco tempo em funcionamento, o jovem empreendedor já acumula fortuna de R$ 2,3 milhões.
O quarto brasileiro da lista levantada pela Forbes é João Castro Neves, presidente da Ambev na América Latina. Com MBA na Universidade de Illinois, Neves assumiu o cargo atual em 2009 em uma das cinco maiores empresas de produtos de consumo do mundo, com aproximadamente 150 mil funcionários em 24 países.
Contra a burocracia
No contexto econômico, a reportagem destaca os nomes em um cenário em que os empreendedores precisam assumir riscos diante de forte burocracia que, para a publicação, “sufoca a criação de empresas”, ao contrário do que é visto no Vale do Silício, nos EUA, berço das maiores empresas de tecnologia do planeta. A Forbes destaca ainda um estudo do MIT que indica que o capital de risco no Brasil é “nascente e em rápida evolução”, além de não ser o lugar “mais acolhedor para os estrangeiros”.
“De acordo com a Manpower Survey Group, que pesquisou mais de 38 mil empregadores, o Japão é o único país do mundo onde é mais difícil de efetivamente preencher uma posição que o Brasil. Finalmente, [a revista] The Economist recentemente colocou o Brasil em sua página de capa, em qu afirma que a burocracia do Brasil é um dos principais fatores que explicam a estagnação do país”.
Em função disso, a revista não coloca dúvida no sucesso dos nomes destacados como “sucessores” de Jobs, mas pondera sobre a necessidade de se mudar a burocracia que dificulta a criação de empresas de inovação. “O único que fez a maior parte de sua fortuna com a tecnologia foi Eduardo Saverin, que se tornou um bilionário graças ao Facebook, mas, como se sabe, a criação do Facebook não tinha nada a ver com o Brasil”, diz trecho da reportagem.
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