Dilma conta uma história triste, mas que justifica o Mais Médicos



03 out 2013/ Blog do Zé /Por Zé Dirceu

Com uma pequena história, que ela contou com visível tristeza, a presidenta Dilma Rousseff voltou a defender o Programa Mais Médicos, já aprovado na comissão mista do Congresso Nacional, com perspectiva de ser votado pelo plenário da Câmara na próxima semana. Pelo programa, o governo trará quatro mil médicos estrangeiros para trabalhar e atender as populações carentes das cidades e periferias do país para as quais os médicos brasileiros não quiseram ir.



“Uma pessoa me disse: ‘O médico não me toca’. Ela queria que o médico tocasse nela”, contou a presidenta em entrevista a duas emissoras de rádio de Natal, ontem, durante visita a Ceará-Mirim (RN). “O médico é um profissional fundamental e ela (a pessoa que se queixou à presidenta) queria que o médico lhe tocasse. (Queria), aquilo que a gente tem. Pelo menos eu, meu médico sempre me olhou o coração, a garganta…”

“Eu respeito muito os médicos brasileiros – confessou a presidenta – porque eles têm toda uma trajetória, mas essa é a realidade, temos que trazer médicos para atender a população com qualidade.” Evidente que a presidenta, como qualquer outra pessoa, se entristece com esse tipo de queixa ouvida de um paciente, o que não elimina o fato de que a história que ela contou reflete a realidade brasileira.

Sabemos disso. Todos nós. Ocorre muito essa situação no dia a dia do atendimento dos médicos e por isso, e pelo encastelamento deles nos grandes centros, o governo baixou a Medida Provisória (MP) com a qual institui o Programa Mais Médicos no país. Por essa situações e por todo o o corporativismo que alguns profissionais empregam na defesa de suas posições e no boicote ao Mais Médicos, o governo precisou instituir o programa.

Felizmente ele começa a deslanchar: essa semana chegaram mais 200 médicos estrangeiros e nós próximos dias, chegam mais cerca de 3,8 mil. Não há outra saída enquanto os médicos brasileiros, com apoio de suas entidades de classe, continuarem querendo uma reserva de mercado para eles, recusando-se a ir para as pequenas cidades e periferias mais carentes e continuarem concentrados nos grandes centros.

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