Dilma afirma a Ratinho ‘que antes de ser candidata é presidente’
Em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, nesta segunda-feira (7) a presidenta Dilma Rousseff falou sobre o cancelamento da visita oficial que faria aos Estados Unidos, avaliou os protestos que tomaram as ruas do país em junho deste ano e disse que, em relação às eleições de 2014, tem a vantagem e a responsabilidade de ser a atual presidenta do Brasil.
Roberto Stuckert Filho / PR / Divulgação
A entrevista foi realizada no Palácio da Alvorada, sede oficial da presidência em Brasília, na última quinta-feira (3). Durante cerca de 1h20min Dilma falou sobre a conjuntura nacional e internacional e reafirmou o posicionamento soberano de seu governo em relação a qualquer interferência externa.
Ela disse que foi obrigada a cancelar a visita oficial que faria aos EUA porque o presidente estadunidense, Barack Obama, não cumpriu as medidas com as quais teria se comprometido para acabar com a espionagem contra o Brasil.
Segundo Dilma, o Brasil cobrou dos Estados Unidos desculpas e o compromisso de que a espionagem não mais iria ocorrer. "Queria desculpas e o compromisso de que isso não iria mais acontecer. Como ele [Obama] não me garantiu isso, disse a ele que não tinha condições políticas de fazer uma visita de chefe de Estado", afirmou.
Dilma explicou que dias antes do cancelamento da visita oficial, durante encontro do G-20 em São Petesburgo, na Rússia, Obama havia se comprometido apresentar respostas aos questionamentos do governo brasileiro e cessar a espionagem. "É inadmissível esse tipo de relação entre países. Afeta os direitos humanos, civis, a privacidade das pessoas, o interesse de empresas brasileiras, afeta a nossa soberania", disse.
Protestos
Dilma afirmou que tem “uma visão muito positiva" em relação aos protestos ocorridos em junho. Para ela, as manifestações “fazem parte do processo de democracia e de inclusão social". Afirmou também que, não fossem os atos, teria sido mais difícil a aprovação pelo Congresso para que 75% dos royalties do pré-sal sejam destinados para educação e 25% para a saúde — uma bandeira defendida por movimentos sociais e estudantis.
"Essa força das manifestações levaram a gente ter muitas conquistas", disse. "Dificilmente sem a manifestação de junho conseguiríamos os royalties para a educação."
Programa Mais Médicos
Dilma também creditou à pressão das ruas a implantação do Programa Mais Médicos, que inclui a contratação de médicos estrangeiros para as áreas mais remotas do país. Ela saiu em defesa da vinda dos médicos estrangeiros, e disse que a solução da saúde pública no país deve integrar equipamentos e profissionais. "O Mais Médicos não resolve o problema da saúde", afirmou. "Também é verdade que não adianta ter os locais, os equipamentos e não ter os médicos."
Ela disse ainda que "as pessoas pedem o atendimento humanizado" e que as doenças que acometem a maioria da população são tratadas no posto médico. "Diabetes, pressão alta, asma bronquite e diarreia, são doenças que você pode atender na atenção básica, no posto médico."
Reeleição
Sobre a candidatura à reeleição no ano vem ela afirmou que antes de ser candidata é a atual presidenta do Brasil. "Olha, eu tenho uma vantagem, em relação a qualquer outra pessoa, sabe qual é? Antes de ser candidata, eu sou presidente até 31 de dezembro de 2014. Ontem, por exemplo, um repórter me perguntou se eu estou fazendo campanha eleitoral. Eu disse que não, eu sou presidente, antes de querer ser eleita, eu tenho que exercer a minha presidência".
Copa do Mundo
Questionada sobre a aplicação de recursos públicos na Copa do Mundo, Dilma afirmou - mais uma vez - que não houve uso de dinheiro do governo federal na construção de estádios. "Em todos os 12 estádios, colocamos financiamento (...) do Orçamento Geral da União, não colocamos nenhum tostão. Colocamos sim em obras de mobilidade e segurança. Tudo isso vai ficar para o país."
Falta de andar na rua
Provocada pelo apresentador, ela falou também de questões de foro íntimo. Disse se sentir sozinha quando está recolhida no Palácio da Alvorada e afirmou que sente falta de andar na rua. "A gente fica [sozinha] sim, Ratinho. Se há um prazer na vida que todo mundo tem é andar na rua".
Dilma citou um episódio em que pediu ao general Marcos Antônio Amaro, que chefia sua segurança, para caminhar na praça da Liberdade, no centro de Belo Horizonte. A mandatária brasileira contou que gosta de comer "mexidão" e ir ao cinema, o que evita "para não incomodar as pessoas."
A presidente disse que prefere "livro com papel e cheiro" aos e-books. "O dia que falarem pra mim 'vai acabar o livro', vou lutar para não acabar." Ao final da entrevista, a presidente percorreu as dependências do Alvorada com o apresentador.
Informações do Portal Uol
Roberto Stuckert Filho / PR / Divulgação
A entrevista foi realizada no Palácio da Alvorada, sede oficial da presidência em Brasília, na última quinta-feira (3). Durante cerca de 1h20min Dilma falou sobre a conjuntura nacional e internacional e reafirmou o posicionamento soberano de seu governo em relação a qualquer interferência externa.
Ela disse que foi obrigada a cancelar a visita oficial que faria aos EUA porque o presidente estadunidense, Barack Obama, não cumpriu as medidas com as quais teria se comprometido para acabar com a espionagem contra o Brasil.
Segundo Dilma, o Brasil cobrou dos Estados Unidos desculpas e o compromisso de que a espionagem não mais iria ocorrer. "Queria desculpas e o compromisso de que isso não iria mais acontecer. Como ele [Obama] não me garantiu isso, disse a ele que não tinha condições políticas de fazer uma visita de chefe de Estado", afirmou.
Dilma explicou que dias antes do cancelamento da visita oficial, durante encontro do G-20 em São Petesburgo, na Rússia, Obama havia se comprometido apresentar respostas aos questionamentos do governo brasileiro e cessar a espionagem. "É inadmissível esse tipo de relação entre países. Afeta os direitos humanos, civis, a privacidade das pessoas, o interesse de empresas brasileiras, afeta a nossa soberania", disse.
Protestos
Dilma afirmou que tem “uma visão muito positiva" em relação aos protestos ocorridos em junho. Para ela, as manifestações “fazem parte do processo de democracia e de inclusão social". Afirmou também que, não fossem os atos, teria sido mais difícil a aprovação pelo Congresso para que 75% dos royalties do pré-sal sejam destinados para educação e 25% para a saúde — uma bandeira defendida por movimentos sociais e estudantis.
"Essa força das manifestações levaram a gente ter muitas conquistas", disse. "Dificilmente sem a manifestação de junho conseguiríamos os royalties para a educação."
Programa Mais Médicos
Dilma também creditou à pressão das ruas a implantação do Programa Mais Médicos, que inclui a contratação de médicos estrangeiros para as áreas mais remotas do país. Ela saiu em defesa da vinda dos médicos estrangeiros, e disse que a solução da saúde pública no país deve integrar equipamentos e profissionais. "O Mais Médicos não resolve o problema da saúde", afirmou. "Também é verdade que não adianta ter os locais, os equipamentos e não ter os médicos."
Ela disse ainda que "as pessoas pedem o atendimento humanizado" e que as doenças que acometem a maioria da população são tratadas no posto médico. "Diabetes, pressão alta, asma bronquite e diarreia, são doenças que você pode atender na atenção básica, no posto médico."
Reeleição
Sobre a candidatura à reeleição no ano vem ela afirmou que antes de ser candidata é a atual presidenta do Brasil. "Olha, eu tenho uma vantagem, em relação a qualquer outra pessoa, sabe qual é? Antes de ser candidata, eu sou presidente até 31 de dezembro de 2014. Ontem, por exemplo, um repórter me perguntou se eu estou fazendo campanha eleitoral. Eu disse que não, eu sou presidente, antes de querer ser eleita, eu tenho que exercer a minha presidência".
Copa do Mundo
Questionada sobre a aplicação de recursos públicos na Copa do Mundo, Dilma afirmou - mais uma vez - que não houve uso de dinheiro do governo federal na construção de estádios. "Em todos os 12 estádios, colocamos financiamento (...) do Orçamento Geral da União, não colocamos nenhum tostão. Colocamos sim em obras de mobilidade e segurança. Tudo isso vai ficar para o país."
Falta de andar na rua
Provocada pelo apresentador, ela falou também de questões de foro íntimo. Disse se sentir sozinha quando está recolhida no Palácio da Alvorada e afirmou que sente falta de andar na rua. "A gente fica [sozinha] sim, Ratinho. Se há um prazer na vida que todo mundo tem é andar na rua".
Dilma citou um episódio em que pediu ao general Marcos Antônio Amaro, que chefia sua segurança, para caminhar na praça da Liberdade, no centro de Belo Horizonte. A mandatária brasileira contou que gosta de comer "mexidão" e ir ao cinema, o que evita "para não incomodar as pessoas."
A presidente disse que prefere "livro com papel e cheiro" aos e-books. "O dia que falarem pra mim 'vai acabar o livro', vou lutar para não acabar." Ao final da entrevista, a presidente percorreu as dependências do Alvorada com o apresentador.
Informações do Portal Uol
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