Acusados de crimes contra a humanidade são julgados na Argentina



Começa na próxima quinta-feira (17), o terceiro julgamento por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar na província de Neuquén, na Argentina. Cinco repressores são acusados do desaparecimento de pelo menos 55 pessoas.

Entre os acusados estão o tenente coronel (retirado) Jorge Dei Pascuale, que desempenhava o cargo de chefe de inteligência; o segundo chefe da Delegação Neuquén da Polícia Federal, Jorge Soza; e o chefe de inteligência do regimento 192, o coronel (retirado) Mario Alberto Gómez, informou nesta segunda-feira (14) a agência de notícias Télam.

Na causa aparecem também o major (retirado) Luis Alberto Farías Barreira, chefe de Pessoal do Comando da Sexta Brigada, e o médico Hilarión da Pas Sosa, chefe da Seção Sanitária da 6ª Brigada de Infantaria de Montanha.

Foi deixado de lado por razões de saúde, o ex-comissário da polícia provincial de Neuquén, Héctor Mendoza, que permaneceu foragido da justiça por vários anos até que foi capturado em 2011, no Paraguai, e extraditado para a Argentina.

De acordo com a agência de notícias argentina, todos eles atuaram no Alto Vale de Rio Negro e Neuquén durante a ditadura militar.

Cerca de 60 testemunhas devem depor no processo. Foram listadas 52 vítimas, são investigados cinco desaparecimentos forçados de pessoas. Dez repressores foram processados e outros 11 morreram durante o processo.

O processo começou em 1987, quando a Câmera Federal de Apelações assumiu o conhecimento do processo perante a falta de resultados das investigações nos tribunais militares, mas foi concluída pela sanção das leis de impunidade, recorda o jornal

Página 12.

Em dezembro de 2003, o promotor geral Ricardo Alvarez pediu seu desarquivamento e, em maio de 2004, a juíza federal ad hoc Myriam Galizzi dispôs a reabertura do expediente. Dez anos depois, a causa Área Paraná mantém-se como em uma nebulosa, assinala o jornal.

Em 2008, foram julgados e condenados com penas de 7 a 25 anos, oito repressores; em 2012, 21 foram acusados e julgados, sendo que 13 deles foram condenados com penas de 6 a 23 anos e meio, e os oito restantes foram absolvidos.

Fonte: Prensa Latina

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