Na ONU, Evo Morales acusa Obama de "cinismo" e "pirataria aérea"
O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou o presidente de EUA, Barack Obama, de "cínico" e criticou em particular o que considera "pirataria aérea" contra ele e o líder venezuelano, Nicolás Maduro, nesta quarta-feira (24).
Reuters
"Eu vi, perdão a expressão, muito cinismo de Obama... fala de Justiça, mas é o primeiro governo que traz injustiças ao mundo, fala da paz e é o primeiro presidente que intervém militarmente nos outros países. Com intervenções, que paz vai haver?", disse Morales durante uma roda com a imprensa na 68ª Assembleia Geral da ONU.
"A pirataria aérea continua não somente com Evo Morales, mas também com Maduro, e isso é lamentável", disse o líder boliviano.
O chefe de Estado se referia aos recentes incidentes que afetaram os aviões presidenciais desses dois líderes: Morales, durante a volta de uma viagem à Rússia, quando foi obrigado a parar em Viena; com Maduro, sobre o espaço aéreo porto-riquenho, controlado pelos EUA, em recente viagem à China, embora as autoridades americanas negassem ter impedido o sobrevoo da aeronave que levava o venezuelano.
Morales insistiu que o "sequestro e a pirataria aérea" dos Estados Unidos são voltados para "os governos anti-imperialistas", assim como seu programa de espionagem.
"Nos controlam. Está bem que controlem os anti-imperialistas, mas [os Estados Unidos] também controlam seus aliados, as Nações Unidas", disse Morales, ao se referir à espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA), que causou controvérsias no Brasil, no México e em outros países.
Cinismo
De acordo com Morales, o "cinismo" de Obama se reflete no fato de os Estados Unidos não controlarem nem destruírem suas armas nucleares, e "financiarem os rebeldes nos diferentes países", além de afirmar que a luta antiterrorista "é um pretexto" de Washington para controlar o petróleo estrangeiro.
Além de espionagem, Dilma destaca na ONU conquistas sociais brasileiras na última década
Para o líder boliviano, é legítimo criticar as políticas de Obama, a quem acusou de se achar "dono do mundo" e de "intervir militarmente" em vários países. Segundo ele, "os Estados vão se rebelando contra esse padrão".
Morales também criticou o governo dos EUA por suspender a Bolívia do programa de preferências tarifárias, conhecido pela sigla ATPDEA, embora isso tenha significado uma espécie de libertação para seu país. "Estamos vendendo nossos têxteis no mercado regional e sem condições impostas", observou o líder boliviano.
O programa da ATPDEA permitia aos países andinos a exportação de milhares de produtos aos EUA sem tarifas, como prêmio de Washington pela colaboração na luta antidrogas. Peru, Panamá e Colômbia têm acordos comerciais com os Estados Unidos.
Morales também defendeu as conquistas de seu governo e políticas que, segundo ele, permitiram que a Bolívia reduzisse a pobreza e ingressasse na "era da industrialização", com um crescimento econômico "acima dos 6%", aumento da classe média e, em 2013, renda petrolífera prevista de US$ 5 bilhões.
O líder boliviano defendeu a ideia de que os Estados devem controlar seus recursos naturais, e considerou que o capitalismo é o responsável pela desigualdade na região.
Morales qualificou como “libertadora” a decisão de seu governo de expulsar em 2008 o embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg. “Nos libertamos politicamente expulsando o embaixador americano que conspirava contra a democracia” na Bolívia, afirmou.
Perguntado pela agência EFE se concorrerá à reeleição em 2014, Morales só indicou que a nova Constituição "permite uma eleição e uma só reeleição", sem dar mais detalhes.
Fonte: Opera Mundi, com Agência EFE
Reuters
"Eu vi, perdão a expressão, muito cinismo de Obama... fala de Justiça, mas é o primeiro governo que traz injustiças ao mundo, fala da paz e é o primeiro presidente que intervém militarmente nos outros países. Com intervenções, que paz vai haver?", disse Morales durante uma roda com a imprensa na 68ª Assembleia Geral da ONU.
"A pirataria aérea continua não somente com Evo Morales, mas também com Maduro, e isso é lamentável", disse o líder boliviano.
O chefe de Estado se referia aos recentes incidentes que afetaram os aviões presidenciais desses dois líderes: Morales, durante a volta de uma viagem à Rússia, quando foi obrigado a parar em Viena; com Maduro, sobre o espaço aéreo porto-riquenho, controlado pelos EUA, em recente viagem à China, embora as autoridades americanas negassem ter impedido o sobrevoo da aeronave que levava o venezuelano.
Morales insistiu que o "sequestro e a pirataria aérea" dos Estados Unidos são voltados para "os governos anti-imperialistas", assim como seu programa de espionagem.
"Nos controlam. Está bem que controlem os anti-imperialistas, mas [os Estados Unidos] também controlam seus aliados, as Nações Unidas", disse Morales, ao se referir à espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA), que causou controvérsias no Brasil, no México e em outros países.
Cinismo
De acordo com Morales, o "cinismo" de Obama se reflete no fato de os Estados Unidos não controlarem nem destruírem suas armas nucleares, e "financiarem os rebeldes nos diferentes países", além de afirmar que a luta antiterrorista "é um pretexto" de Washington para controlar o petróleo estrangeiro.
Além de espionagem, Dilma destaca na ONU conquistas sociais brasileiras na última década
Para o líder boliviano, é legítimo criticar as políticas de Obama, a quem acusou de se achar "dono do mundo" e de "intervir militarmente" em vários países. Segundo ele, "os Estados vão se rebelando contra esse padrão".
Morales também criticou o governo dos EUA por suspender a Bolívia do programa de preferências tarifárias, conhecido pela sigla ATPDEA, embora isso tenha significado uma espécie de libertação para seu país. "Estamos vendendo nossos têxteis no mercado regional e sem condições impostas", observou o líder boliviano.
O programa da ATPDEA permitia aos países andinos a exportação de milhares de produtos aos EUA sem tarifas, como prêmio de Washington pela colaboração na luta antidrogas. Peru, Panamá e Colômbia têm acordos comerciais com os Estados Unidos.
Morales também defendeu as conquistas de seu governo e políticas que, segundo ele, permitiram que a Bolívia reduzisse a pobreza e ingressasse na "era da industrialização", com um crescimento econômico "acima dos 6%", aumento da classe média e, em 2013, renda petrolífera prevista de US$ 5 bilhões.
O líder boliviano defendeu a ideia de que os Estados devem controlar seus recursos naturais, e considerou que o capitalismo é o responsável pela desigualdade na região.
Morales qualificou como “libertadora” a decisão de seu governo de expulsar em 2008 o embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg. “Nos libertamos politicamente expulsando o embaixador americano que conspirava contra a democracia” na Bolívia, afirmou.
Perguntado pela agência EFE se concorrerá à reeleição em 2014, Morales só indicou que a nova Constituição "permite uma eleição e uma só reeleição", sem dar mais detalhes.
Fonte: Opera Mundi, com Agência EFE
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