Houve algo didático no entorno do STF na semana que passou
Com a devida licença do décimo segundo juiz
por Luiz Carlos Azenha
Há um aspecto didático no que aconteceu em torno do STF na semana que passou. Depois do empate na votação sobre a admissibilidade dos embargos infringentes, em 5 x 5, a grande mídia se entregou a uma campanha de pressão como há muito não se via — talvez, apenas, durante as campanhas eleitorais. Ficou nua diante de leitores, ouvintes e telespectadores: tem lado e usa seu poder para “construir maiorias”, das urnas ao STF. Destaque para a capa da Veja, mas a revista já não é levada a sério como a Folha, que presume existir pairando sobre a opinião pública.
Daí que a pesquisa Datafolha feita apenas em SP, publicada no dia do voto de Celso de Mello, merece um prêmio. Serve para deixar evidente outra tática: o eixo Globo-Folha-Estadão-Veja se dedica diuturnamente a campanhas de propaganda e coroa seus esforços com pesquisas para “medir” o impacto de suas coberturas distorcidas e tendenciosas. Prêmio cara-de-pau para a Folha. Mas será que perde mesmo para o Merval, o décimo segundo juiz?
PS: Não desprezem o efeito dessas aulas práticas de manipulação. Quando Rodrigo Vianna deixou a Globo atirando, depois da campanha eleitoral de 2006, falava praticamente no deserto. Desde então surgiram milhares e milhares de testemunhas de que o que ele denunciou é fato. Número, diga-se, crescente graças a episódios como o que acabamos de viver.
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