Os olhos roubados de Binbin

Criança foi atacada numa província do Norte da China, por uma mulher que lhe arrancou os olhos. Suspeita-se que seja um caso de tráfico de órgãos
Binbin está a receber tratamento num hospital REUTERS
Um rapaz de seis anos, Binbin, ficou sem os olhos, na China, num ataque cruel que estará relacionado com o tráfico de órgãos humanos. A criança encontra-se no hospital. Os olhos terão sido recuperados, mas sem as córneas
Segundo o relato da CCTV, um canal de televisão, Binbin terá sido drogado e os olhos ter-lhe-ão sido arrancados depois de ter perdido a consciência. "Ele tinha a cara toda ensanguentada", disse o pai da vitima, natural de Linfen, na província de Shanxi, no norte do país, segundo relata a agência oficial chinesa, Xinhua. "Não demos logo conta que lhe faltavam os olhos. Pensámos que ele teria caído e ferido a cara", disse o progenitor, citado pelo Daily Mail.
De acordo com a mãe, a criança desapareceu a 24 de Agosto, enquanto brincava perto de casa. Cerca de quatro horas depois, foi encontrado, por familiares. Segundo o próprio rapaz, terá sido levado por uma mulher, que falava com uma pronúncia estranha.
De acordo com a imprensa local, citada por alguns media internacionais como o International Business Times, os olhos foram encontrados por perto, mas sem as córneas – facto que levanta a suspeita de se tratar de um caso ligado ao tráfico de órgãos humanos. As autoridades procuram os responsáveis e anunciaram um prémio financeiro pela pista que permita capturar os culpados.
Embora deva ficar cego para o resto da vida, Binbin está num hospital em Shanxi. Imagens dele foram exibidas na televisão chinesa. Um especialista norte-americano ouvido pelo Daily Mail, de Londres, diz que tudo aponta para que se trate de obra de alguém ligado ao tráfico de órgãos. "Córneas usadas em cirurgias correctivas podem vir de qualquer pessoa, de qualquer idade, ao contrário do que sucede com o coração, fígado ou rins, que têm de vir de doadores compatíveis com o receptor", afirma Arthur Caplan, ouvido a propósito deste caso.
O mercado negro é alimentado na China pela recusa da maioria da população em se tornar doador de órgãos. Segundo media estatais chineses, também citados pelo Daily Mail, por ano há 300 mil pessoas à espera de um transplante.
No ano passado, sete pessoas foram presas depois de um jovem ter vendido um rim, num transplante ilegal, usando o dinheiro para comprar um smartphone e um tablet.
A venda de órgãos foi proibida pelas autoridades chinesas em 2006, após a morte de seis cidadãos japoneses que tinham viajado para a China para ser operados, mas não faltam anúncios na Internet a oferecer dinheiro por rins ou fígados.

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