'Fundo do poço foi superado', diz Mantega sobre PIB
'Fundo do poço foi superado não só no Brasil, mas no mundo todo', disse.
Economia cresceu 1,5% no 2º tri, melhor resultado desde o início de 2010.
Gabriela Gasparin
Do G1, em São Paulo
'Fundo do poço foi superado não só no Brasil, mas no mundo todo', disse.
Economia cresceu 1,5% no 2º tri, melhor resultado desde o início de 2010.
Gabriela Gasparin
Do G1, em São Paulo
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (30) que o pior da crise internacional já passou e que o "fundo do poço foi superado".
"O pior passou, o fundo do poço foi superado não só no Brasil, mas no mundo todo. O mundo caminha junto", disse, ao comentar os resultados do PIB do 2º trimestre. "Estamos numa trajetória de recuperação do crescimento que vai persistir nos próximos anos", acrescentou.
A economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2010, quando a alta foi de 2%. No primeiro trimestre de 2013, a alta foi de 0,6%. O destaque neste segundo trimestre foi para agropecuária, com crescimento de 3,9% ante o primeiro, seguida por indústria, com alta de 2%, e serviços, com alta 0,8%.
Rota de recuperação
Mantega destacou que a economia brasileira está crescendo, apesar do cenário internacional adverso. "E estou achando que tem ligeira melhora do cenário internacional e vai melhorar em 2014", avaliou.
Mantega destacou que a economia brasileira está crescendo, apesar do cenário internacional adverso. "E estou achando que tem ligeira melhora do cenário internacional e vai melhorar em 2014", avaliou.
"Estamos na rota da recuperação econômica. As medidas que o governo vêm tomando nos últimos anos têm resultado positivo. A redução dos juros, de custos, tudo isso está traduzindo melhoria da economia", afirmou.
Apesar do resultado acima do esperado no segundo trimestre, o ministro não quis fazer previsões. “No momento nós não vamos fazer revisão da taxa de crescimento. Nós vamos esperar o resultado do mês de julho, agosto, setembro, até o final do ano, para termos uma posição mais firme”.
Ele disse, contudo, que não se trata de um crescimento “voo de galinha”, como dito por alguns especialistas. "Nós tivemos uma desaceleração, em 2011, 2012. Em 2011 foi um crescimento de 2,7%, 2012 foi um ano mais fraco. E, de fato, a partir desse ano mais fraco, nós estamos numa trajetória de recuperação do crescimento que vai persistir nos próximos anos.”
O ministro ressaltou, contudo, que o consumo das famílias teve um crescimento moderado e menor em termos históricos, com relação à performance de outros períodos, mas estimou recuperação.
“Estamos tendo um crescimento de qualidade no segundo trimestre. Esse crescimento é puxado pelo investimento, puxado pela agricultura, pela indústria. O consumo está crescendo menos e tende a acelerar nos próximos meses”, disse.
Para Mantega, o país caminha para um ano com um bom desempenho da formação bruta de capital fixo (que é o termômetro de investimentos). “Significa a compra de máquinas, equipamentos, de material agrícola, industrial. Significa que a indústria brasileira está se modernizando e vai aumentar a sua produtividade”.
Comparação com a economia internacional
O ministro comparou o crescimento nacional no segundo trimestre com o de outras economias e disse que o Brasil se destaca. “Em relação aos Brics, o Brasil ficou na segunda posição. A China cresceu mais, como de costume, teve crescimento anualizado de 6,9% e nós de 6% no segundo trimestre”, disse.
O ministro comparou o crescimento nacional no segundo trimestre com o de outras economias e disse que o Brasil se destaca. “Em relação aos Brics, o Brasil ficou na segunda posição. A China cresceu mais, como de costume, teve crescimento anualizado de 6,9% e nós de 6% no segundo trimestre”, disse.
Na avaliação de Mantega, como está havendo ligeira melhora do cenário internacional, o Brasil tende a crescer mais nos próximos anos.
“Diria que a nossa trajetória para 2013 é de crescimento moderado. Vamos continuar com esse crescimento moderado até o final do ano. É claro que isso não é uma reta linear, temos um mês melhor, outro pior. O que interessa é que a trajetória é ascendente. E um 2014 mais promissor devido à melhoria que poderá haver ou que está havendo no cenário internacional. Está havendo ligeira melhora no cenário internacional, que vai se firmar mais em 2014. Com crescimento maior do comércio internacional, de países europeus”, completou.
Construção e investimentos em alta
No segundo trimestre na comparação com o primeiro, todos os subsetores que formam a indústria apresentaram resultados positivos, com destaque para o desempenho da construção civil, que cresceu 3,8% - a maior expansão desde o segundo trimestre de 2010, quando foi de 4%.
No segundo trimestre na comparação com o primeiro, todos os subsetores que formam a indústria apresentaram resultados positivos, com destaque para o desempenho da construção civil, que cresceu 3,8% - a maior expansão desde o segundo trimestre de 2010, quando foi de 4%.
A indústria de transformação apresentou crescimento de 1,7%, seguida pela extrativa mineral (1%) e por eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,8%).
O investimento, denominado no PIB como formação bruta de capital fixo, teve alta de 3,6%. Apesar da expansão, houve desaceleração sobre o crescimento de 4,7% do trimestre anterior.
Dentro de serviços, o subsetor comércio é destaque, com alta de 1,7%. Demais atividades também cresceram no péríodo: intermediação financeira e seguros (1,1%), transporte, armazenagem e correio (1,0%), serviços de informação (0,9%), outros serviços (0,7%) e atividades imobiliárias e aluguel (0,7%). O subsetor de administração, saúde e educação pública manteve-se praticamente estável, com variação positiva de 0,1%.
A despesa de consumo das famílias e a despesa de consumo da administração pública apresentaram crescimento de 0,3% e 0,5%, respectivamente, no período.
Com relação ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 6,9% e as importações aumentaram em menor ritmo: 0,6%.
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