Estamos jogando fora uma oportunidade na economia
29 ago 2013/6 Comentários/ destaque /Por Zé Dirceu
A decisão do COPOM (Comitê de Política Monetária) ontem foi elevar os juros em meio ponto, de 8,5% para 9% anuais. No mesmo dia, o FMI divulgou recomendação para o Banco Central continuar aumentando os juros para conter a inflação, independentemente do freio que isso possa causar na economia. O Fundo também pede que os bancos públicos contenham o crédito e pede rigor na disciplina fiscal.
Além disso, o relatório do FMI defende que seja adotado um superávit primário que ponha em queda a trajetória do déficit público. O documento, em resumo, reforça a velha receita FMI.
As recomendações não têm sentido. Nossa economia está crescendo abaixo de seu potencial. A demanda e o consumo não estão pressionando a nossa capacidade de produção. Não há um choque de demanda.
A inflação está em queda e não é por causa do aumento da Selic. A verdadeira questão central no momento e na conjuntura é o câmbio, e não a inflação. Abrir o país para a especulação financeira é um retrocesso inaceitável.
Subir o juro neste momento é atrair mais capitais especulativos e submeter o nosso país a um risco incalculável devido à volatilidade desses capitais e aos riscos das mudanças nas políticas monetárias e cambiais no mundo e particularmente nos Estados Unidos, a partir dos interesses de suas economias e políticas comerciais, de seus interesses nacionais.
Câmbio
Na prática, estamos jogando fora uma oportunidade, o câmbio de equilíbrio para a nossa indústria e a economia. O anterior já produziu um déficit nas nossas contas externas insustentável em médio prazo, com suas consequências óbvias.
Assim, aumentar superávit, cortar gastos, valorizar o câmbio – efeito direto do aumento de juros – e, pior, reduzir o crédito é fazer de outra forma o que a oposição prega (só faltou a redução de imposto): jogar o país numa recessão e no desemprego, fazendo o ajuste às custas dos trabalhadores.
Na prática, corremos o risco – este, sim, gravíssimo – de colocar o país à mercê da especulação financeira e na rota da austeridade à la Europa, sob tutela do FMI.
29 ago 2013/6 Comentários/ destaque /Por Zé Dirceu
A decisão do COPOM (Comitê de Política Monetária) ontem foi elevar os juros em meio ponto, de 8,5% para 9% anuais. No mesmo dia, o FMI divulgou recomendação para o Banco Central continuar aumentando os juros para conter a inflação, independentemente do freio que isso possa causar na economia. O Fundo também pede que os bancos públicos contenham o crédito e pede rigor na disciplina fiscal.
Além disso, o relatório do FMI defende que seja adotado um superávit primário que ponha em queda a trajetória do déficit público. O documento, em resumo, reforça a velha receita FMI.
As recomendações não têm sentido. Nossa economia está crescendo abaixo de seu potencial. A demanda e o consumo não estão pressionando a nossa capacidade de produção. Não há um choque de demanda.
A inflação está em queda e não é por causa do aumento da Selic. A verdadeira questão central no momento e na conjuntura é o câmbio, e não a inflação. Abrir o país para a especulação financeira é um retrocesso inaceitável.
Subir o juro neste momento é atrair mais capitais especulativos e submeter o nosso país a um risco incalculável devido à volatilidade desses capitais e aos riscos das mudanças nas políticas monetárias e cambiais no mundo e particularmente nos Estados Unidos, a partir dos interesses de suas economias e políticas comerciais, de seus interesses nacionais.
Câmbio
Na prática, estamos jogando fora uma oportunidade, o câmbio de equilíbrio para a nossa indústria e a economia. O anterior já produziu um déficit nas nossas contas externas insustentável em médio prazo, com suas consequências óbvias.
Assim, aumentar superávit, cortar gastos, valorizar o câmbio – efeito direto do aumento de juros – e, pior, reduzir o crédito é fazer de outra forma o que a oposição prega (só faltou a redução de imposto): jogar o país numa recessão e no desemprego, fazendo o ajuste às custas dos trabalhadores.
Na prática, corremos o risco – este, sim, gravíssimo – de colocar o país à mercê da especulação financeira e na rota da austeridade à la Europa, sob tutela do FMI.
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